25 de maio de 2017

O dia da hora ou da espiga

QUINTA-FEIRA DA ESPIGA

Fiz uma pausa a meio da manhã e fui colher o meu ramo votivo do dia. Dei uma volta pelo campus e recolhi umas espigas de cereal bravio, uns malmequeres, umas papoilas, juntei uma poda de oliveira e uma outra de alecrim, envolvi-os numas folhas de videira e acrescentei um arbusto de pimenta-da-índia ainda em flor, para dar um pouco de sabor ao todo recolhido. Tirei um fotografia ao conjunto e transformei o real em virtual aqui na Net.

Pelo sim pelo não, vou deixar o ramalhete a secar atrás da porta, como reza a tradição, de modo a garantir o pão, a fortuna, o amor, a paz, a saúde, a alegria e a malícia no ano que me resta permanecer ainda nestas bandas. Assim a magia das plantas no dia da espiga me permitam chegar inteiro ao dia da hora, ao dia mais santo do ano, aquele em que já não terei de trabalhar por obrigação e passarei a fazer aquilo que me der na realíssima gana.

2 comentários:

  1. Os meus desejos que o teu bonito ramalhete, colhido com tanta convicção, te traga a realização dos teus desejos. Que a refirma te chegue com saúde, paz e amor e tudo o mais a que tens direito! Eu, que nem me lembrei do dia da espiga, já tive essa sorte, de chegaa á reforma, embora antecipada e penalizada, com saúde que me permite andar a colher os dias, o que já não é nada mau...

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  2. Lindo texto! Não conhecia esta tradição portuguesa. Cá temos algo semelhante ao colher sete flores diferentes na noite a mais mágica do ano inteiro, a de midsommar( pleno verão). Coloca-se o ramalhete sob a almofada para sonhar com a pessoa com quem se vai casar.

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