Raffaello Sanzio - Cherubini - Cappella Sistina (1513-1514) |
O sexo dos anjos...
Os mass media cá do burgo têm vindo a comentar um projeto recente de alteração da designação de Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania, por não respeitar a «identidade de género de metade da população portuguesa». Ora, sendo a cidadania a qualidade dum cidadão, a substituição duma etiqueta por outra parece-me perfeita-mente inútil. Acrescenta-se uma sílaba e fica tudo na mesma.
A polémica em curso trouxe-me à memória uma outra provocada cerca de dois meses antes por um artigo de Miguel Esteves Cardoso no Público, onde afirmava, sem papas na língua: «Calem-se! "Portu-guesas e portugueses" não é apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante e desconfortavelmente satisfeitinho».
Polémicas à parte, vem a talho de foice uma ainda mais antiga. Diz-se que quando os Otomanos tomaram Bizâncio em 1453, decorria um concílio eclesiástico a discutir se os anjos tinham ou não sexo. Ignoro o resultado a que chegaram. Provavelmente a nenhum. Caso contrário, lá estaríamos nós hoje a falar de anjos e anjas em nome da paridade de género e da eliminação do falso neutro.
Polémicas à parte, vem a talho de foice uma ainda mais antiga. Diz-se que quando os Otomanos tomaram Bizâncio em 1453, decorria um concílio eclesiástico a discutir se os anjos tinham ou não sexo. Ignoro o resultado a que chegaram. Provavelmente a nenhum. Caso contrário, lá estaríamos nós hoje a falar de anjos e anjas em nome da paridade de género e da eliminação do falso neutro.
É o que se chama pôr o dedo na ferida! Com tantos problemas sociais que afligem o país, é de clamar aos céus estas discussões estéreis!
ResponderEliminarSão iniciativas que não lembram ao careca!
ResponderEliminarQue falta de imaginação...