27 de fevereiro de 2017

Vem ao baile, vem ao baile...

Fernando Botero  -  Pareja bailando  (1987)

[Museo Botero del Banco de la República - Bogota - Colômbia]

UM CARNAVAL


Vem ao baile vem ao baile
Pelo braço ou pelo nariz
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver como te ris
Deixa a tristeza roer
As unhas de desespero
Deixa a verdade e o erro
Deixa tudo vem beber
Vem ao baile das palavras
que se beijam desenlaçam
Palavras que ficam passam
Como a chuva nas vidraças
Vem ao baile oh tens de vir
E perder-te nos espelhos
Há outros muito mais velhos
Que ainda sabem sorrir
Vem ao baile da loucura
Vem desfazer-te do corpo
E quando caíres de borco
A tua alma é mais pura
Vem ao baile vem ao baile
Pelo chão ou pelo ar
Vem ao baile baile baile

E vais ver o que é bailar.

Alexandre O´Neill

7 comentários:

  1. "Sem a loucura que é o homem
    Mais que a besta sadia
    Cadáver adiad que procria?"

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  2. Uma questão bastante pertinente nos dias que correm à espera há muito duma resposta adequada e esclarecedora...

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  3. "Vem ao baile vem ao baile e vais ver como te ris...". Todos deviamos aceitar o convite de O'Neil, não olhando à idade, sexo ou classe social. Bailar é para todos e sorrir é uma necessidade absoluta para nos sentirmos bem.

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  4. Uma homenagem à vida! Gostei destas linhas especialmente: "...Há outros muito mais velhos
    Que ainda sabem sorrir..."

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  5. Gosto do poema e as imagens a condizer. Bailemos, gordinhos/as e anafados/as...

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  6. Letícia Pilar Martins6 de março de 2017 às 12:23

    Bora lá... Nesse ...ambiente Boteriano.... até eu fico bem!!! Boa tarde...

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  7. Um poema condizente com a época e tal como ela muito divertido, bem como o quadro reproduzido.

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