Casamento de D. João I e de D. Filipa Lencastre [Jean Wavrin, Chronique de France et d' Angleterre (séc. xv)] |
CASAMENTOS, ALIANÇAS & TRATADOS
Passados mais de cem anos sobre a queda da monarquia, a vox populi continua a afirmar de modo convicto que De Espanha nem bom vento nem bom casamento, como se em regime republicano a cara-metade do chefe de estado, homem ou mulher, tivesse alguma importância para o destino político dum país que esteja assente na eleição democrática e universal do supremo magistrado da nação. O mesmo se poderia dizer doutros enlaces reais se o rigor histórico para aí estivesse voltado e lhe apetecesse de facto ripostar.
Refira-se o escândalo do divórcio de Maria Francisca de Saboia de D. Afonso VI e subsequente casamento com o cunhado D. Pedro II, tornando-se a prima de Luís XIV de França e Navarra duas vezes rainha consorte de Portugal e Algarves. Com repercussões algo distintas, estará a união de Catarina de Bragança com Carlos II de Inglaterra, Escócia e Irlanda, que, para além de ter levado consigo para Londres uns saquitos de chá ainda se fez acompanhar das praças de Bombaim na Índia e de Tânger em Marrocos.
Celebra-se nestas datas o aniversário da união de D. João I com D. Filipa de Lencastre, com que se inicia a Dinastia de Avis e confirma o Tratado de Windsor, assinado a 9 de maio de 1386. Os futuros pais da Ínclita Geração de Infantes casaram-se em 1387 no Porto, tendo a solenidade civil decorrido a 2 de fevereiro no paço episcopal e a religiosa a 14 na Sé. Uma aliança estratégica das coroas reais de Portugal e de Inglaterra bem-sucedida, que levou a posteridade a designar sem rebuço os cônjuges de Reis da Boa-Memória.
Belíssima gravura, que bem ostenta os luxos de outrora. Tempos em que grandes alianças estratégicas obrigavam os consortes a submeterem-se a valores mais realistas...
ResponderEliminarEm muitos dos casos, estes casamentos eram um ''carnaval'' à época.
ResponderEliminarAdmiro muito Filipa de Lencastre.
ResponderEliminarRepare na "personalidade" da sua assinatura.
Este casamento foi uma das melhores decisões da nossa História. Pelo menos gerou duas ou três gerações de governantes decentes.
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