22 de agosto de 2016

Zafón & Falcones: sagas e sequelas da cidade condal

Portal da Basílica de Santa Maria del Mar de Barcelona


«Hay um libro que nunca olvidarás» y «la historia se hace novela»
(Zafón & Falcones)

O diário de bordo que guardo na memória regista uma visita ocasional de alguns dias à capital da Catalunha em junho de 2009. Um encontro académico levou-me a revelar ali a minha interpretação das metamor-foses portuguesas dum pícaro andaluz famoso. Em trânsito pelo aeroporto da Portela, descobri no escaparate da Relay um Guia da Barcelona de Carlos Ruiz Zafón (2008)preparado por Sergio Doria com prólogo de Sergio Vila-Sanjuán. Logo por baixo do título, os editores da Planeta informavam destinar-se a desvendar os segredos da cidade feiticeira através dos olhos do escritor e dos cenários dos seus romances Marina, La sombra del viento e o Juego del Ánjel. Achei a proposta interessante para ocupar as pausas previstas entre conferências e adicionei o roteiro literário à bagagem de mão. Explorei-o in loco até às últimas sugestões facultadas.

Em meados deste mês de agosto, a exposição de 5.º centenário de Bosch organizada pelo museu do Prado chamou-me a Madrid. Enquanto aguardava a ligação Ave ao meu destino final, respondi ao apelo que mais uma vez a Relay me fazia agora dum dos extremos da estação ferroviária de Santa Justa em Sevilha. Depois de ter folheado as revistas geralmente solicitadas por quem passa por estes compassos de espera e de ter recusado liminarmente as propostas de livros de consumo imediato expostas, deparei-me com um título familiar dum texto desconhecido. Lembrei-me de o ter visto de relance na Casa del Libro do Passeig de Gràcia em Barcelona. Tratava-se de La catedral del mar (2006), de Ildefonso Falcones. Na altura resisti ao seu chamamento. O impulso agora foi mais forte e agarrei-me com ambas as mãos à versão de bolso do romance.

Êxitos mundiais à escala global, os dois autores catalães têm sabido fazer render a fruta e criado nos leitores a dependência pelas histórias contadas em forma de saga, logo seguidas dum número crescente de sequelasCarlos Ruiz Zafón já compôs três painéis d' El cementerio de los libros olvidados, a que juntará em breve um quarto ainda no segredo dos deuses. Ildefonso Falcones só agora passou à primeira continuação da série. Sairá no final do mês com a designação promissora de Los herederos de la tierraOs milhões de exemplares vendidos pelos dois fabricantes de bestsellers não me deixaram indiferente. Fiquei rendido à obra inaugural do primeiro e estou entregue à do segundo. Tudo leva a crer que me manterei fiel tanto a um como a outro. ¿Por que no?. Assim me levem de novo às ruelas da cidade condal que os inspirou. A ver vamos...

3 comentários:

  1. Há alguns anos li A Catedral do Mar e adorei e já vi na Bertrand um novo título dele, mas, não me lembro qual o nome. Do Záfron ainda nada li...

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  2. Dois autores fenomenais que tive a sorte de conhecer, assim como os títulos que referes. Não deixo passar em branco nenhum livro deles que me esteja ao alcance, depois de desfrutar a sua prosa envolvente e enredos fascinantes.

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  3. Ficamos então à espera das sequelas que se seguem para continuar a narrar as duas sagas em marcha. Zafón deve estar a aproveitar o 15.º ano de publicação da «Sombra» com 25 milhões de exemplares vendidos para dar à luz a quarto painel do «Cemitério». Tenho uma vaga suspeita que será lá para o Natal. Falcones já comemorou os modestos 6 milhões de exemplares vendidos da «Catedral» com uma edição especial do 10.º aniversário e já anunciou a primeira continuação do seu painel medieval de histórias vividas na cidade condal de Barcelona e principado da Catalunha…

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