24 de setembro de 2025

Les mots et les notes

  
           TRIANGULAÇÕES           

1. Cora Vaucaire, «Trois petits mots de musique», Henri Colpi & Georges Delerue (1961)   2. Yves Montand, «La chansonnette», Jean Drejac & Philippe Gerard (1966)                      3. Charles Dumont, «Une chanson» (1976)

Três pequeninas notas de música partiram à desfilada para os abismos da memória, abrandaram a melodia, viraram a página e adormeceram. Assim cantava e encantava Cora Vaucaire, la Dame blanche de Saint-Germain-des-Prés, no início dos anos 60, para quem a via, ouvia, aplaudia e pedia encore.

Descontente com um silêncio tão prolongado, Yves Montand, The Latin Lover, anunciou no final da década, como voz provocante, figura insinuante e presença sedutora, que o lá, lá, lá, como um três vezes nada, estava de volta nos versos duma mera cançoneta, até então perdida nas pedrinhas da calçada.

A concluir a triangulação anunciada, Charles Dumont, le Baron de la chanson française, afirma, no derradeiro quartel do segundo milénio a caminho do terceiro, que uma canção não é mais do que um punhado de coisa nenhuma, o calafrio titilante do champanhe, que mal dura um instante sem sentido numa estação.

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Se, como se diz, uma imagem vale mais do que mil palavras, podemos perguntar com quantas notas se pode compor uma melodia. Depois, tentar saber de quantas palavras e notas precisamos para escrever uma cantiga, canção ou cançoneta, como as utilizadas na tríada acima referidas e podemos ouvir aqui, aqui e aqui.

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