NIKIAS SKAPINAKIS
Enlevo de Miss Europa, 1973
[Museu do Chiado - Lisboa]
|
O mito é o nada que é tudo...
Quando os Fenícios se começaram a espalhar por toda a bacia me-diterrânica a partir de Gubla/Gebal, a que os Gregos chamaram Biblos, sentiram-se no direito de se intitular os senhores absolutos do mundo. Ao olharem o Sol a meio da sua caminhada diária pela esfera celeste, acreditavam estar no centro do universo. Passaram então a designar de Asu (Ásia) a terra onde o astro-rei se levantava pela manhã e de Ereb (Europa) a terra onde à noite se deitava.
Num tempo perdido no tempo, o tal em que os mitos se desenham e as lendas se propagam, diz-se que Zeus, o pai dos deuses e dos homens, desceu do Olimpo sob a forma de vigoroso touro para seduzir e conquistar Europa, a filha do rei de Sídon. Esta deixou-se cativar pelos encantos e mansidão do animal e montou-o. De imediato, o senhor dos raios e ajuntador de nuvens levantou voo e só pousou em Creta, onde o seu amor se concretizou e frutificou.
Deste encontro divino terão nascido as grandes civilizações do Mediterrâneo: Minoica, Helénica, Romana, Cristã e Europeia. O devir histórico deslocou aos poucos a cultura ocidental para outras latitudes, para outros continentes, banhados por outros mares e outros oceanos. Os filhos dos filhos da princesa fenícia e do ajunta-dor de nuvens micénico espalharam-se por toda a parte. O local tor-nou-se global e os mitos transformaram-se num tudo que é nada...
Que se inventem deuses com maiores poderes míticos, para serem mais fascinantes e poderem iludir favoravelmente os seres humanos na senda de desenvolvimento positivo. Um texto forte que bem nos salienta o caos em que vivemos, numa altura em que já não sabemos se desta crise nascerá alguma fortaleza...
ResponderEliminarAdoro histórias mitológicas, afinal, a vida é composta por um punhado de histórias, uma com final feliz, outras nem tanto...
ResponderEliminarAcho ainda, que, quando sonhamos somos deuses do nosso destino.