De hoje não passa. Ando há muito tempo para contar uma história de fadas, mas isto de fadas foi chão que deu uvas, já ninguém acredita, e por mais que venha jurar e trejurar, o mais certo é rirem-se de mim. Afinal de contas, será a minha simples palavra contra a troça de um milhão de habitantes. Pois vá o barco à água, que o remo logo se arranjará.
José Saramago, A bagagem do viajante (1973) | O lagarto (2016)
José Saramago voltou a ser notícia nas separatas dos jornais e nas estantes das livrarias. Acaba de ser dada à estampa um texto seu com ilustrações de José Francisco Borges. Dá pelo nome de O lagarto (2016) e foi apresentado oficialmente no FOLIO - Festival literário internacional de Óbidos. Por breves instantes pensei tratar-se de mais um inédito perdido resgatado do silêncio. Ilusão pura. As gavetas e baús que em tempos albergaram manuscritos literários convertíveis em livros há muito estão vazios.
Adquiri um exemplar no dia do lançamento. Trata-se duma história de fadas sem fadas já publicada n' A bagagem do viajante (1973). Trata-se duma fábula dos nossos dias acontecida em espaço urbano conhecido. Um sardão verde com olhos de cristal surgiu do nada no Chiado para espanto de quem se atreveu a dirigir a vista para aquele corpo coberto de escamas, rabo longo, patas rápidas e língua bífida. E o sucesso contado e desenhado prossegue ao longo duma dúzia de páginas por numerar que constituem o álbum.
O Natal está a chegar e com ele as novidades literárias. Saramago estará presente com um conto exemplar dos anos 70 a falar-nos de répteis sáurios doutros tempos que poderão voltar a assustar-nos nos nossos dias. Cuidado. É preciso estar bem atento para saber decifrar as alegorias da ficção. Essa a lição da historieta. Saber ler as entrelinhas da escrita nos alvores do terceiro milénio como se fazia nos derradeiras décadas do segundo. O alerta está aí em forma de insólito. Um relato infantil para gente crescida.
Adquiri um exemplar no dia do lançamento. Trata-se duma história de fadas sem fadas já publicada n' A bagagem do viajante (1973). Trata-se duma fábula dos nossos dias acontecida em espaço urbano conhecido. Um sardão verde com olhos de cristal surgiu do nada no Chiado para espanto de quem se atreveu a dirigir a vista para aquele corpo coberto de escamas, rabo longo, patas rápidas e língua bífida. E o sucesso contado e desenhado prossegue ao longo duma dúzia de páginas por numerar que constituem o álbum.
O Natal está a chegar e com ele as novidades literárias. Saramago estará presente com um conto exemplar dos anos 70 a falar-nos de répteis sáurios doutros tempos que poderão voltar a assustar-nos nos nossos dias. Cuidado. É preciso estar bem atento para saber decifrar as alegorias da ficção. Essa a lição da historieta. Saber ler as entrelinhas da escrita nos alvores do terceiro milénio como se fazia nos derradeiras décadas do segundo. O alerta está aí em forma de insólito. Um relato infantil para gente crescida.
Interessante e devidamente registado.
ResponderEliminarUm alerta que é de seguir... Para já, vou reler o conto!
ResponderEliminar