Mayūrāsana - मयूरासन - Pose de Pavão [Mural do templo Mahamandir, Jodhpur, Índia, c. 1810] |
Um tapete de chão, dois blocos de apoio, um cinto de alongamento, uma manta de aquecimento e muita vontade de yogar, i.e., de praticar yoga/ioga, com ó ou ô, consoante os gostos ou frescuras pessoais. O hinduísmo define esta escola filosófica como uma libertação do mundo material, uma ligação, junção, união plena com Deus. Como ateísta, agnóstico ou apateísta que sou, prefiro trocar o transcendente metafísico pela totalidade cósmico que nos rodeia, contém e acolhe no seu seio, a que pertencemos.
Uma bronquite genética levou-me a trocar as aulas da ginástica do plano curricular básico pela ginástica respiratória. Na altura não se falava ainda em yoga/ioga. Se assim fosse, talvez me tivesse afeito às prayamas, asanas e savasanas, termos específicos dessa práxis meditativa, o que, vertendo do sânscrito ancestral ao lusitano atual, nos enviaria para os exercícios de respiração, postura e relaxamento previstas pela Hatha Yoga, a busca incessante do equilíbrio das forças solares (Ha) e lunares (Tha).
Uma eternidade depois de ter dado folga à ginástica respiratória, rendi-me à chamada apelativa do yoga/ioga. Dei-lhe um livre trânsito regular duas vezes por semana. Já me iniciei nas posturas da criança, do guerreiro, da montanha, da árvore, do barco, da águia, do gato. Qualquer dia atiro-me à pose do pavão. As pernas é que se recusam a subir, impedindo os braços de ensaiarem um equilíbrio estável e em força. Nessa altura, chegarei as mãos junto ao peito com uma ligeira curvatura e saudarei: Namastê.
A asma no nosso tempo era tratada com recolhimento e agasalho, que eu odiava porque não me permitia participar em muitas brincadeiras, isto num clima quente... Nem ginástica respiratória me receitaram. Jovem, aprendi que a ginástica e a natação me ajudavam, mas ioga nunca pratiquei. Deve ser relaxante, mesmo sem atender às sem as preocupações metafísicas da prática...
ResponderEliminarA minha luta contra a asma consistia nesses tempos a fazer praia no pino do verão e termas nas vésperas do outono. A ginástica respiratória surgiu por com algum resultado, sobretudo quando me mudei para Lisboa. Rendi-me ao yoga há relativamente pouco tempo e as preocupações metafísicas não me incomodam. Só tenho alguma dificuldade em manter o equilíbrio em algumas posições mais instáveis, mas qualquer dia habituo-me e até conseguirei realizar a pose do pavão…
EliminarQue boas notícias, querido Artur. Adorei este miminho, enquanto estou ligada aos fios tensores neuro-estimuladores. Embora com dificuldade em segurar o telemóvel, abri de imediato a ligação, mas não sem antes pensar: seria adorável que o professor gravasse os textos em audio... pense nisso carinhosamente e se a sua bronquite lho permitir, iria maravilhar os tempor de terapia e recuperação respiratória e motora desta carcaça viva. Beijinhos e bons escritos .
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