Tombo das Armas e dos Reis e Titulares de todas as famílias Nobres
do Reino de Portugal com o nome de Tesouro da Nobreza
[ANTT, Casa Real, Cartório da Nobreza, liv. 21, fl. 19]
LOGÓTIPO
Conjunto formado por letras e/ou imagens, com design que identifica, representa ou simboliza uma entidade, uma marca, um produto, um serviço, etc.
Dicionário Priberam da língua Portuguesa [em linha]
Estalou neste outono-inverno uma polémica cerrada envolvendo os elementos da bandeira portuguesa ausentes do novo logótipo do governo. As vozes dissonantes alegam ter havido um desrespeito total dos símbolos nacionais do país. Perguntam-se insistentemente sobre o destino dado às cinco quinas de Dom Afonso Henriques, aos sete castelos de Dom Afonso Terceiro e à esfera armilar de Dom Manuel Primeiro, evocativas da batalha de Ourique, da conquista do Algarve e das descobertas portuguesas.
Picado pela curiosidade, lancei-me pela Net em busca das insígnias retiradas abusivamente da atual marca gráfica da República. Dei-me conta da ausência das quinas no escudo de armas do Conquistador, da inexistência dum número fixo de castelos no pendão do Bolonhês, da omissão da esfera armilar do brasão real do Afortunado. A inclusão conjunta dos três elementos referidos numa bandeira oficial teria de esperar pela criação efémera do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e pela ulterior queda da Monarquia.
Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves [Carta da Lei de 21 de maio de 1816] |
Polémica atrai polémica e os elementos constitutivos da bandeira eliminados do logótipo não fogem à regra. Afinal e ao que parece, as quinas dos escudetes hierárquicos devem o nome aos cinco pontos dum dado de jogar, os castelos às insígnias reais de Castela e a esfera armilar a um antigo emblema chinês usado pela dinastia Han antes do início da era cristã. Mitos convertidos em contramitos, a dispensar as teorias wokistas da conspiração, tão do agrado do politicamente correto e da cultura do cancelamento.
Identidade visual do Governo da República Portuguesa [Manual de aplicação da identidade visual, julho de 2023] |
O vazio cultural cada vez mais visível, não só na língua como também nos símbolos iconográficos!
ResponderEliminarSimplificação, simples simplificação… de facto quando vi o novo logo senti um certo vazio.
ResponderEliminarDiscussões estéreis para esconder a falta de ideias políticas assertivas...
ResponderEliminarTrata-se duma representação minimalista mas apta para sugerir os significados que a nossa imaginação tiver a capacidade de sugerir. Pessoalmente, não desgosto do efeito encontrado...
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