Chavela Vargas |
Vengo de donde viene | Mi amigo el viento, | Traigo aromas de luz | Que provaron los cerros, | Y armonias calladas| De la noche mas bella. || No pregunten quien soy, | Porque no se los digo, | Solo sé que a dónde voy, | El amor va conmigo, | Y a puro valor, | He cambiado mi suerte, | Hoy voy hacia la vida, | Hoy voy hacia la vida, | Antes iba a la muerte | | Cuando pedi justicia, | No me la dieron, | Cuando quise querer, | A mi no me quisieron, | Cuando un nido forme, | Con traición lo quemaron, | Cuando a cristo recé, | Ni me rezos llegaron. || No pregunten quien soy, | Porque no se los digo | Solo sé que a dónde voy, | El amor va conmigo | Y a puro valor, | He cambiado mi suerte, | Hoy voy hacia la vida, | Hoy voy hacia la vida, | Antes iba... Antes iba... ||| A la muerte!
Por eso no me he muerto porque no me voy a morir nunca...
Quando me mudei aqui para Faro, ainda havia na cidade uma boa dúzia de livrarias. Algumas até vendiam discos ainda em vinil e em formatos distintos. Aos maiores chamava-se álbuns, abreviado em LP. Aos menores com duas ou quatro faixas dava-se o nome de single e não me recordo se algo mais. Foi na versão mais completa ou longa duração que descobri pela primeira vez a voz e o rosto de Chavela Vargas. Não mantive na memória as rancheras, corridos, cumbias, boleros e tangos ali registados, nem sequer o ano em que tal ocorreu. Por certo, na viragem da década de 70 para a de 80.
Nos dias, meses e anos que se seguiram, os discos grandes e pequenos registados em vinil ou compactados, as cassetes áudio em fita magnética que fui colecionando foram-me dado a conhecer e apreciar as particularidades daquela voz áspera de ternura tão diferente de todas aquelas que até então tinha ouvido. Depois, os vídeos disponibilizados na Net revelaram-me o modo sui generis que a dama do poncho vermelho tinha de interpretar as muitas histórias cantadas como se estivesse a contar a sua própria vida numa longa e sentida confidência a quem as quisesse atentamente escutar.
Muito se tem efabulado sobre a arte dum dos símbolos maiores da alma latino-americana. Há até quem a descreva através dos versos de Jorge Luis Borges, ao compará-la ao cristal da solidão e sol de agonias gritadas, sussurradas, rezadas e choradas do olvido ao som duma guitarra. Não juntarei mais palavras às já ditas e reditas, porque as sinto como minhas e não diria melhor. Carpir a sua morte também seria inútil, pois como afirmou num recital na Sala Caracol de Madrid em 1993: yo cuento una historia de amor cada noche que canto, por eso no me he muerto porque no me voy a morir nunca...
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