10 de fevereiro de 2015

Uma gravata a mais ou a menos

GRAVATA-CROATA

[Projekt Hrvatska-Domovina Kravate]

A notícia já tem alguns dias, o que em termos informativos é uma eternidade. Arrisco-me a ser o último a dar as primeiras. Pouco importa. O novo primeiro-ministro grego tomou posse perante as autoridades competentes sem gravata. Nenhum dos ministros do seu gabinete recém-eleito a usou também na cerimónia. Entre o põe a gravata e o tira a gravata, ficaram-se todos por o afasta de mim essa trapo colorido de pôr ao pescoço.

Passada uma semana, o primeiro-ministro italiano ofereceu ao seu homólogo helénico uma dessas tiras de tecido estreita e longa, de uso controverso nos dias que correm. Tsipras terá então prometido a Renzi que a usaria quando se encontrasse uma solução viável para a crise que assola o seu país. Picardias divertidas em torno duma gravata de seda que o interesse mediático não deixará de aproveitar em nome da lógica severa que as audiências impõem.

O termo gravata deriva do francês cravate, corruptela de croat, uma referência clara aos mercenários croatas que introduziram a moda na sociedade parisiense de Louis XIV, um dos seus primeiros seguidores. A enciclopédia livre Wikipédia é ótima nestas informações de capital importância. Sendo assim, é natural que o líder radical do Syriza se sinta pouco à-vontade de imitar os trajes absolutos do Roi-Soleil. Eureka, está tudo dito, rien ne va plus.

5 comentários:

  1. Uma explicação bem interessante sobre a origem da gravata. De governantes que impõem regras absolutas devido ao seu poder económico e financeiro estamos nós fartos porque o "rei vai nu" no que respeita aos direitos humanos... Esperemos que ninguém se enforque com o nó da gravata! Por associação de ideias, lembro-me do anel/aliança, cujo uso parece ter sido difundido pelos gregos e romanos, embora a origem pareça ser hindu... Uma gravata e uma aliança em confronto é algo a desenvolver com muita diplomacia!

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  2. Um adereço para nos distrair do importante, quem e como pagamos o que nos incentivaram a pedir...

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  3. Surpreendeu-me, não o facto da gravata ter tido origem em França nos tempos de Luis XIV, mas sim por ter sido ele um dos seus primeiros seguidores. É que em todas as imagens pomposas que se conhecem dele, a gravata não é visível, a menos que seja aquela espécie de lenço de seda, franzido, atado ao pescoço.

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  4. Espero que Tsipras possa cumprir rapidamente a " promessa" que fez a Renzi de colocar a gravata...

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  5. Sim, essa cena da oferta da gravata foi engraçada e absolutamente inesperada. E a resposta/promessa de Tsipras está cheia de significado. Oxalá persista este sentido de humor nas negociações... e vontade de dar a mão à Grécia...

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