Conversas / Ana Hatherly e o BarrocoMuseu Calouste Gulbenkian(Lisboa: 13.10.17 - 15.01.18) |
Encontrei-me um destes dias com a Ana Hatherly num jardim barroco feito de tinta. A professora de muitos saberes e mestre de muitas artes recebeu-me numa sala de exposições da Gulbenkian. Estava ladeada dum «Loom» (s.d.), por si esculpido em acrílico, e por uma «Transverberação de Santa Teresa» (1672), pintado a óleo sobre tela por Josefa de Óbidos, a demonstrar que no ato criativo a tradição e a inovação coabitam numa perenidade absoluta.
Conversámos com palavras desenhadas com pontas de feltro e verniz, tinta da china e spray, aguarela e lápis de cera, sobre papel, cartolina e madeira. Falámos de mil e uma coisas com o olhar atento de quem ouve histórias dos labirintos das dobras sobre dobras, dos tempos do jogo e da morte, das alegorias da folia e da interpretação, das metamorfoses do diálogo oblíquo entre a poesia e a pintura. Diálogos antigos convocados ao sabor da imaginação.
Ana Hatherly - Romãs (1971-1972) |
Quando vi anunciar esta exposição, a segunda coisa em que pensei foi que o Artur não haveria de faltar, recordei que a Ana Hartherly fora sua orientadora de tese (espero não me enganar). Gostava de visitar a exposição.
ResponderEliminarA professora Ana Hatherly orientou-me em duas teses, a de mestrado e a de doutoramento, e foi ainda a minha Mestre em muitas outras ocasiões. A exposição vai estar patente até meados do mês.
ResponderEliminarUm encontro descrito em tom bem criativo e poético, a desvendar mais uma vez a amizade, admiração e saber que herdaste do convívio com a tua mestra...
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