Heinrich Bünting, Europa Prima Pars Terrae In Forma Virginis (1548) |
Brazão, campos & castelos
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.
Fernando Pessoa, Mensagem (1941: I, i, 1)
Bem lembrado nesta altura em que a Inglaterra termina mais umas eleições,sempre um pouco recuada nas decisões que respe$itam à Europa O seu pragmatismo, contudo, faz falta à alma europeia...
ResponderEliminarPragmatismo e sensatez, de modo a que a Europa se mantenha unida na diversidade por muitos e bons anos, a caminho duma ordem universal futura e não da herança caótica dum passado demasiado recente.
EliminarA Europa de Fernando Pessoa! É mais uma poesia sublime, basta olhar, ler e tentar entender!
ResponderEliminarApoiado, mano! Trago para aqui o comentário do FB para memória futura...
Eliminar