Artiste anonyme, Comète dans le signe de Mercure, Istanbul. © R. et S. Michaud / akg-images. |
Esta quarta-feira, deixei escapar a chuva de estrelas-cadentes que os detritos deixados pela cauda do cometa Swift-Tuttle nos oferece todos os anos por esta altura. Quando espreitei pela varanda que dá para o mar, as Perseidas já tinham dado o ar da sua graça ou estavam ainda à espera de entrar em cena. Não fiquei à espera para ver. Na próxima passagem da Terra por esta parte da esfera celeste a exibição voltará a repetir-se com pompa e circunstância.
Tive mais sorte com a Lua Azul que iluminou a noite de 30 para 31 de julho. Olhei-a com toda a atenção e não a achei nem mais azul nem menos azul do que habitualmente. Afinal a expressão limita-se a designar a segunda lua cheia que ocorre num mesmo mês. Guardadas as diferenças, é como assistir a um eclipse total do nosso satélite natural. Quando o estamos a ver não vemos coisa nenhuma, porque a luz do Sol foi engolida pela sombra da Terra.
Este verão tem sido pródigo em eventos astronómicos raros. Segui em junho a aproximação de dois pontos particularmente brilhantes no céu e alinhados com uma Lua em forma de crescente. Pensei na Estrela de Belém. A fusão aparente de Vénus e Júpiter teve lugar na última noite do mês. Umas nuvens caprichosas impediram-me de testemunhar o feliz encontro dos astros mas não a despedida seguinte até se perderem nos confins do horizonte visível a olho nu.
Este evento lembrou-me um outro ocorrido em 1957. O céu era visitado todas as noites por uma grande estrela que iluminava tudo à sua volta. Mais tarde descobri tratar-se do cometa Arend–Roland. Por essa altura, o meu avô materno falou-me no Halley que vira em 1910 e eu veria em 1986. Fracasso. Só se deixou ver por telescópio. Ficou tudo adiado por 76 anos. Talvez então os meus netos possam avistar o mais famoso peregrino de cabeleira das esferas celestiais.
Este verão tem sido pródigo em eventos astronómicos raros. Segui em junho a aproximação de dois pontos particularmente brilhantes no céu e alinhados com uma Lua em forma de crescente. Pensei na Estrela de Belém. A fusão aparente de Vénus e Júpiter teve lugar na última noite do mês. Umas nuvens caprichosas impediram-me de testemunhar o feliz encontro dos astros mas não a despedida seguinte até se perderem nos confins do horizonte visível a olho nu.
Este evento lembrou-me um outro ocorrido em 1957. O céu era visitado todas as noites por uma grande estrela que iluminava tudo à sua volta. Mais tarde descobri tratar-se do cometa Arend–Roland. Por essa altura, o meu avô materno falou-me no Halley que vira em 1910 e eu veria em 1986. Fracasso. Só se deixou ver por telescópio. Ficou tudo adiado por 76 anos. Talvez então os meus netos possam avistar o mais famoso peregrino de cabeleira das esferas celestiais.
São fenómenos que sempre nos fazem sonhar, pensando no passado e imaginar o futuro.
ResponderEliminarEu gostava de ir ao espaço, começar por olhar a Terra e ir por aí fora...