16 de janeiro de 2017

Não vá, smartphone!

METAMORFOSES DO TELEMÓVEL


Quando a televisão era a preto e branco, só havia um canal em todo o país e as transmissões se reduziam a meia dúzia de horas por dia, vi no episódio duma qualquer série policial uma cena insólita que só poderia pertencer a uma mais que improvável antecipação absurda fantasiada pela ficção científica. Um agente da brigada de investigação chamado a atuar entrava muito rapidamente num automóvel de serviço, puxava dum telefone vulgaríssimo em tudo idêntico aos que estávamos habituados a ver agarrados a uma ficha, pegou no cabo e ligou-o pelo cabo ao isqueiro da viatura. Depois, marcou rapidamente o número como se estivesse em casa e começou a falar com o maior à-vontade do mundo. Extraordinário.

Passadas décadas, dobrado o século e entrado num novo milénio, eis-me de posse duma maquineta de trazer no bolso que me permite comunicar com qualquer parte do globo, sem a utilização de fios e sem dígitos para discar. Serve de câmara fotográfica e de filmar, de agenda, de alarme, de calculadora, de calendário, de carteira, de mensageiro, de relógio. Faculta-me o acesso à Internet, aos e-mails, aos blogues, ao Facebook, ao Skype. Dá-me as notícias ao minuto, a localização num mapa, a meteorologia, a programação de rádios e televisões. Oferece-me mil e uma operações mais que nem sonhava existirem. Dá pelo nome de smartphone e, pasme-se, até serve para telefonar. A ficção científíca tornou-se ciência pura. Extraordinário.

3 comentários:

  1. E há certamente quem já esteja a trabalhar para que rapidamente seja em breve obsoleto face ao que virá... para anteciparmos estejamos atentos à ficção científica :)

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  2. É a ficção científica a fazer-nos companhia ao longo das nossas vidas...

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  3. Sempre fui fã de ficção científica, e sempre acreditei e gostei de ciência e tecnologia. Continuo ano após ano a maravilhar-me com os "conseguimentos" que vamos atingindo. Já disse que adorava ir ao espaço?

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