GRÃO VASCO «Adoração dos Reis Magos» (c. 1501-1506) [Museu Nacional Grão Vasco - Viseu] |
«Tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: "Onde está o rei dos Judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo." Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: "Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia; porque de ti vi sair o Príncipe que há de apascentar o meu povo de Israel." Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exatas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: "Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrades, vinde comunicá-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem." Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; a, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.»(Mt 2, 1-12)
A história é antiga e vem registada no Evangelho de São Mateus, com que abre o Novo Testamento. Em mais nenhum local do livro sagrado do monoteísmo cristão volta a ser referida. Mas como quem conta um conto acrescenta um ponto, os magos vindos do Oriente passaram a ser três, foram elevados à categoria de reis e começaram a chamar-se Gaspar, Melchior e Baltasar. Com o passar dos tempos, o mitologia católica finaliza a quadra natalícia com este episódio simbólico, celebrado no dia 6 de janeiro de todos os anos.
Tão pouco nos é revelado o país de onde eram oriundos o que não inibiu a tradição de lhes atribuir uma etnia diferente. Dois brancos e um negro. Afinal, África era tão ou mais exótica do que a própria Ásia. A imaginação renascentista de Grão Vasco (c. 1475 - c. 1542), deslocou um desses adoradores do menino para a terra há pouco descoberta dos Pataxó brasileiros, esse admirável mundo novo da América já rendido à nova fé messiânica. Assim urgia propagar aos quatro ventos para memória futura. E assim o foi e sem delongas...
Muito interessante! E faça-se história segundo a criatividade dos homens de boa vontade...
ResponderEliminarO meu preferido da Adoração dos Reis Magos. Hoje, os meus alunos de 6° ano conheceram os de Botticelli e Rubens... Ficou lançado o desafio e espero que cheguem a este.
ResponderEliminarAinda ontem acompanhei um dos meus netos na leitura de um livro infantil muito interessante sobre o nascimento de Jesus Cristo, que referia que a atribuição de etnias diferentes terá tido a finalidade de simbolizar o reconhecimento de Cristo por todos os povos, e o título de Reis para simbolizar que todos os reis cairiam diante dele (J.C.)
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