19 de dezembro de 2023

É Natal e nunca estive tão só

ISABEL AGUIAR
26 Poemas 26 pinturas
(2015)

Último poema
É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.

Eugénio de Andrade, Rente ao dizer – 1992

2 comentários:

  1. Belo poema, que nos ajuda a refletir como, ao contemplarmos pequenas coisas que se encontram à nossa volta, nos dão a sensação de beleza e conforto, podendo tornar menos tristes momentos de solidão e tristeza, como o sentir-se só num dia de Natal.

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  2. Eugénio de Andrade, um dos poetas da poesia portuguesa... Haja sol dentro de casa!

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