ISABEL AGUIAR 26 Poemas 26 pinturas (2015) |
Último poema
É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.
Eugénio de Andrade, Rente ao dizer – 1992
Belo poema, que nos ajuda a refletir como, ao contemplarmos pequenas coisas que se encontram à nossa volta, nos dão a sensação de beleza e conforto, podendo tornar menos tristes momentos de solidão e tristeza, como o sentir-se só num dia de Natal.
ResponderEliminarEugénio de Andrade, um dos poetas da poesia portuguesa... Haja sol dentro de casa!
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