EPHEMERA |
COLEÇÃO:
Reunião de objetos da mesma natureza. Compilação; ajuntamento...
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
A vontade imperiosa de organizar uma qualquer coleção de quinquilharias diversas assaltou mais duma vez a inquietude dos meus verdes anos de menino e moço. O impulso compulsivo de reunir um conjunto diversificado de bugigangas, bagatelas e bricabraques nos interstícios duma gaveta posta à disposição foi sempre de pouca dura. A seleção dum determinado item rapidamente mudava compulsivamente para outro. Até que o apetite se saciou e o fastio se instalou.
Tudo terá começado com cromos, autocolantes e selos: os primeiros deixaram de se imprimir, os segundos passaram de moda e os terceiros caíram em desuso com a invenção dos e-mails. Por razões idênticas às estampilhas dos correios, os postais ilustrados tornaram-se obsoletos num mundo global regido pela Internet. As caixas de fósforos escassearam quando parei de fumar e os pacotes de açúcar desapareceram quando me pus a beber o café sem qualquer tipo de adoçante.
E depois há os discos e os filmes. Nada que o You Tube não resolva. Perde-se em qualidade, ganha-se em espaço. Ficam mais locais disponíveis para alojar a república das letras em forma de livro. As estantes ocupam todos os territórios livres ou tomados pela força. As bibliotecas pessoais são coleções especiais: não se esgotam, trocam ou alienam como acontece com os meros marcadores de páginas que os visitam. A lei das compensações ou de cada macaco no seu galho.
E depois há os discos e os filmes. Nada que o You Tube não resolva. Perde-se em qualidade, ganha-se em espaço. Ficam mais locais disponíveis para alojar a república das letras em forma de livro. As estantes ocupam todos os territórios livres ou tomados pela força. As bibliotecas pessoais são coleções especiais: não se esgotam, trocam ou alienam como acontece com os meros marcadores de páginas que os visitam. A lei das compensações ou de cada macaco no seu galho.
Qual será o segredo por detrás da nossa vontade de colecionar, de juntar, livros, selos e outras coisas?
ResponderEliminarAcho paradigmática a colecção do Pacheco Pereira: livros, revistas, folhetos, bandeiras, cartazes, autocolantes, tudo direcionado, é certo, para a política. Nos tempos atuais, o valor do espaço disponível é cada vez mais incomportável, temos sempre que fazer escolhas e a nossa vida resume-se a escolhas e como viver com elas...
Não coleciono mas tenho muita "coisa".....mas, são recordações! Às vezes digo, vai tudo para o lixo......mas não dá!
ResponderEliminarVerdadeiras preciosidades de outrora caíram em desuso com o avanço das modernas tecnologias, mas não deixaram de fazer parte da História, atualmente todas arrumadinhas na caixinha mágica da Internet, que nos disponibiliza uma informação rápida e completa sobre seja o que for. Daí que por vezes não faça grande sentido termos as gavetas cheias e as estantes atafulhadas. Mas libertarmo-nos delas é, por vezes, quase impossível...
ResponderEliminarColeções que também fiz, auxiliada pelas minhas constantes viagens, principalmente quando trabalhava: postais, esferográficas, lápis, selos antigos, selos atuais, calendários, "pins", pacotes de açúcar, caixas e envelopes de fósforos, pedrinhas e conchas... Deles restaram, os selos antigos e os postais, mas esquecidos numa gaveta. Ah, os livros e revistas com artigos especiais! Antes pelo contrário, vão aumentando nas estantes, que já não chegam para o que preciso. Perderia a minha segunda pele se não os tivesses e o seu destino preocupa-me. Tentarei deixá-los a uma instituição com gente que os acarinhe.
ResponderEliminar