22 de setembro de 2016

Outonos de prosperidade e decadência

AUTUNNO

Giuseppe Arcimboldo

[Musée du Louvre - Paris - 1573]

Quando os dias emagrecem as noites engordam

O outono é a terceira estação do ano. Também podia ser a primeira ou a última. Tudo depende do ponto de vista que se adote. Princípio ou final de ciclo. É aquela que fica entre os calores do verão e os frios do inverno. É o início da inexorável da decrepitude. É o ponto simétrico da primavera que representa o desabrochar da juventude.

Giuseppe Arcimboldo (1527-1583) associa-o a Baco. Às uvas, às vindimas e ao vinho. Deu-lhe um rosto jovial de alguém que está contente com a vida e a quem lhe resta ainda a vontade de sorrir. A fortuna bafejou-o com os bens que a terra dá. Frutos e cereais. A romã utilizada como emblema simboliza a prosperidade alcançada.

Os maneirismos atualizados pelas pós-modernidades ligam-no ao retomar das atividades laborais depois das férias grandes anuais e de todas as rentrées. Os dias emagrecem e as noites engordam. Ine-xoravelmente. Inaugura-se o longo período de seis meses em que o equinócio da sombra espera ansiosamente pelo equinócio da luz...

2 comentários:

  1. É sempre bom ler os textos, Prof., pois são transpiram pedagogia em cada linha simples. Obrigada pela interpretação de Arcimboldo desta fase outonal que agora começa, uma estação que muito me agrada. Haja vontade de sorrir!

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  2. "É o ponto simétrico da primavera que representa o desabrochar da juventude."
    Pois, o meu Luis é Escorpião de Outubro (25), eu sou Touro de Abril (25. Nos livros de astrologia, os nossos signos encontram-se equidistantes, ele representa o caminho para a morte, eu o rebentar para a vida. Somos opostos, mas os opostos atraem-se, não é?

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