ESTATEGiuseppe Arcimboldo
[Musée du Louvre - Paris - 1573]
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O dia mais longo depois da noite mais curta
O verão é a estação do ano por que todos ansiamos enquanto du-ram as restantes. Aos outonos da prosperidade e decadência, aos invernos do recolhimento e reflexão e às primaveras da pureza e re-novação, sucedem os estios da festa e alegria. É o triunfo do dia sobre a noite, da luz sobre as trevas, do cosmos sobre o caos.
Giuseppe Arcimboldo (1527-1583) representa-o como Vertumno. Atribui-lhe as feições joviais da divindade etrusca que promovia a mudança da vegetação e a maturação dos frutos. A alcachofra eleita como emblema simboliza a regeneração da vida e a ressu-rreição dos mortos, porque volta a florescer depois de queimada.
Nas guerras sem trégua de gato e rato, de alecrim e manjerona ou do ser e parecer, as estéticas maneiristas dizem-nos que no final da refrega nunca há vencedores nem vencidos absolutos. Equinócios e solstícios saem sempre empatados. As mesmas horas, os mesmos minutos, os mesmos segundos de claros-escuros anuais.
Interpretações artísticas bem instrutivas. Viva o regresso da alegria e abundância!
ResponderEliminarO Verão começa tornar-se uma estação temida. Esquecendo que é a estação do sol, da praia, das colheitas, do amadurecimento, da recolha do que foi plantado, das cores fortes, das férias e pausas escolares. Enfim, uma pena.
ResponderEliminarO verão este ano começou ainda na primavera e terminará já entrado o outono. Será regido pelo fogo assim como o inverno pela água. Incêndios e inundações a marcar também o ciclo das estações. Assim tem sido ao longo dos tempos. Assim o será no decorrer dos vindouros. A mão do homem tem tido um papel determinante na sucessão das catástrofes. Assim queira amenizar nos dias que vêm um pouco as consequências nefastas que conhecemos nos dias que temos. Voltando ao texto, olhemos para a alcachofra de Arcimboldo, emblema alegórico do estio, e lembremo-nos que volta sempre a renascer depois de queimada...
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