Pompeo Batoni, D. João V de Portugal e Algarves (séc. xviii) [Palácio Nacional da Ajuda - Lisboa] |
Nem sempre rainha, nem sempre galinha
A RTP1 tem vindo a transmitir nas noites de quarta-feira uma série de pendor histórico com um número contado de episódios e fim à vista, baseada na figura de Madre Paula de Odivelas (1701-1768), mãe de um dos três Meninos da Palhavã e amante mais conhecida de Sua Majestade Fidelíssima D. João V, pela Graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves (1689-1750; rei: 1706), cognominado o Grande ou o Magnânimo.
O mesmo canal de televisão pública portuguesa já fizera outro tanto com as duas primeiras temporadas das três já realizadas de Versailles, produzida pela BBC Two e centrada na história do mais famoso palácio real europeu da era barroca, residência e sede do poder político de Sa Majesté Très Chrétienne, Louis XIV, par la Grâce de Dieu, Roi de France et de Navarre (1638-1715; roi: 1643), dit le Grand ou le Roi-Soleil.
Muitas simetrias se têm apontado a estes monarcas absolutos, acusando-se o Bragança de ter imitado a magnificência efetiva ou de aparato do Bourbon. Miragens coloridas à parte, onde mais se espelharam foi nos affaires d'amour com monjas conventuais e cortesãs palacianas. Por algum motivo, o Rei-Sol Português ficou conhecido entre os seus súbitos pelos epítetos despetivos a preto e branco de Freirático e Mulherengo.
Ao que parece, faltava à rainha consorte austríaca a beleza que sobrava ao real consorte lusitano. Vendo-se preterida pelo marido, queixou-se ao confessor, que chamou o pecador à razão. O soberano ouviu-o e incumbiu o cozinheiro-mor de só servir galinha ao prelado. A repetição da dieta levou o capelão real a lamentar-se ao monarca. Este ter-lhe-á então dito: Pois é, senhor padre, nem sempre galinha, nem sempre rainha.
O mesmo canal de televisão pública portuguesa já fizera outro tanto com as duas primeiras temporadas das três já realizadas de Versailles, produzida pela BBC Two e centrada na história do mais famoso palácio real europeu da era barroca, residência e sede do poder político de Sa Majesté Très Chrétienne, Louis XIV, par la Grâce de Dieu, Roi de France et de Navarre (1638-1715; roi: 1643), dit le Grand ou le Roi-Soleil.
Muitas simetrias se têm apontado a estes monarcas absolutos, acusando-se o Bragança de ter imitado a magnificência efetiva ou de aparato do Bourbon. Miragens coloridas à parte, onde mais se espelharam foi nos affaires d'amour com monjas conventuais e cortesãs palacianas. Por algum motivo, o Rei-Sol Português ficou conhecido entre os seus súbitos pelos epítetos despetivos a preto e branco de Freirático e Mulherengo.
Ao que parece, faltava à rainha consorte austríaca a beleza que sobrava ao real consorte lusitano. Vendo-se preterida pelo marido, queixou-se ao confessor, que chamou o pecador à razão. O soberano ouviu-o e incumbiu o cozinheiro-mor de só servir galinha ao prelado. A repetição da dieta levou o capelão real a lamentar-se ao monarca. Este ter-lhe-á então dito: Pois é, senhor padre, nem sempre galinha, nem sempre rainha.
Artur, magnífico e saboroso texto.
ResponderEliminarUm absolutismo de bradar aos céus, em tempos que nada escapava à tirania real... Ao menos eram homens que cultivavam a arte!
ResponderEliminarSobretudo a arte de bem cavalgar toda a sela... 😈
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