PHÉNIXLe phénix, suivant ce qu'en ont rapporté Hérodote et Plutarque, est un oiseau mythique, d'origine éthiopienne, d'une splendeur sans égale, doué d'une extraor-dinaire longévité, et qui a le pouvoir, après s'être consumé sur un bûcher, de re-naître de ses cendres. Quand l'heure de sa mort approche, il se construit un nid de brindilles parfumées où de sa propre chaleur il se consume. Les aspects du symbolisme apparaissent donc clairement : résurrection et immortalité, résur-gence cyclique.Chevalier-Cheerbrant, Dictionnaire des symboles. Paris: Laffont/Jupiter, 1982,747b
O circo desceu à cidade, organizou arruadas na malha urbana, subiu a palanques de gritar slogans, instalou bancadas de banha-da-cobra, recorreu à árvore das patacas e prometeu mundos e fundos, a torto e a direito. Pegou em palavras de ordem vazias trazidas doutras visitas cíclicas ao burgo, decalcadas a papel químico e gritadas a plenos pulmões como em dia de estreia absoluta. Estimado público, meninos e meninas, damas e cavalheiros, é entrar é entrar, que o espetáculo vai começar e a todos vai contentar.
A cassete estafada voltou a dar voz aos fala-barato do viró disco e toca o mesmo. A esperteza saloia de chicos, chiquinhos e chicões tornou a destilar ódios de estimação, em lutas renhidas de galos, galinhos e galuchos. As línguas de trapo de palmo e meio insuflaram bagatelas pejadas com chavões, chavinhas e chavetas da ordem, a encher chouriças com conversas da treta e lavagem ao cérebro de vinil riscado, num zig-zag banal e contínuo dum blá-blá-blá já dito e dum patati-patatá já ouvido de fénix renascida.
O circo vai dar o último espetáculo e a feira sazonal vai zarpar para outros arraiais de triturar palavras. Para trás deixará uma mancheia de mezinhas universais aptas a debelar todos os males físicos e morais que nos afligem nestes nossos tempos agitados. Das promoções do unto milagroso feito com enxúndia de serpente, panaceia infalível para resolver de vez a totalidade dos problemas presentes, passados e vindouros, ficará o engodo das esferográficas manhosas que de quando em quando até escrevem, ou talvez não...
Ainda bem que hoje é o último dia de campanha, para não ficar doente... Fujo deles como do diabo, de todos eles, pois o nível da propaganda eleitoral é tão mesquinho e insultuoso para a nossa inteligência e não há esferográfica que compre a minha simpatia, quando só se lembram do cidadão nas alturas que lhes convém. Irei exercer o meu direito e o meu dever de voto, mas longe de tanta ânsia de poder! Vade retro!
ResponderEliminarJá votámos e tivemos de continuar a ouvi-los. Cada um melhor que o outro. Haja pachorra! A arte da política anda mesmo pela rua da amargura. E esperemos não ter nenhum amargo de boca.😟
ResponderEliminarEm meu juízo, as campanhas políticas, propriamente ditas, fazem parte do protocolo de um estado dito democrático. Não servem para convencer ninguém. Gosto de apreciar um combate político, porém, torna-se cada vez mais difícil encontrar debatentes competentes e claro, podem prometer este e o outro mundo, mas, só concretizarão/gastarão o que a UE e o BCE autorizarem. Nada a dizer, nada contra.
ResponderEliminarSe Deus quiser e o COVID deixar, amanhã lá estarei a fazer a cruz. Levo a minha caneta para me alhear de canetas e canetinhas, umas sapatilhas com boa sola para não me espalhar na banha da cobra que, nos últimos dias fez tapete e, a consciência de que não é com balelas e blá blá blás que me convencem e muito menos com alienação e encantadores de serpentes venenosos.
ResponderEliminarAinda me chega o discernimento para saber que o coração bate no sítio certo e a luta continua por um futuro que o meu filho e os filhos e netos deste país não tenham que temer tanto. Cérebros planos, discos riscados e circos de meia tigela, longe, bem longe.