6 de julho de 2023

Polegar para cima à beira da estrada

Philipp Kazak, Autostop (2018)

Филипп Казак / Artmajeur

A boleia em tempo de férias...
Nos anos 60, esticava o dedo polegar para cima à beira da estrada e, regra geral, os carros paravam ao pedido simbólico de boleia. Nos dias de hoje, não sei se o efeito internacional de autostop seria igual. Duvido. Pessoalmente deixei de executar esse ritual há muito tempo e também não me vejo a satisfazer o pedido a quem eventualmente mo possa vir a solicitar.

Em tempo de férias grandes, a boleia era solicitada para poupar uns trocados e chegar rapidamente à praia, a Foz do Arelho, junto ao chafariz da primeira Plêiade do Magnânimo. Que me lembre, só fiz a pé os 10km do percurso uma única vez e já no regresso a casa. Felizmente para as minhas magras economias da época, o gesto do dedo levantado foi sempre eficaz.

Nos tempos que correm, a autostopagem deixou de fazer parte do meu dia a dia há muito estabelecido. A boleiagem vai-me surgindo mesmo assim de quando em vez e sem recorrer a nenhum dos cinco dedos da mão. A companhia dos colegas e amigos é sempre bem-vinda, muito embora me vá impedindo de fazer uma ou outra caminhada a pé exigida pelo bom senso.   

Alamy - EMBY3B

2 comentários:

  1. Andei uma única vez à boleia. Regressava de Málaga com uma amiga e tínhamos dormido a noite da praxe em Sevilha. O autocarro que deveríamos apanhar para Lisboa saiu mais cedo e, como o funcionário não nos elucidou que tinha partido com lotação completa, ainda apanhámos um táxi no seu encalce. Conseguimos o intento, mas lugares não havia... e nós à entrada de Sevilha, com pouco dinheiro para mais um dia em terras andaluzas. A minha amiga, toda despachada, resolveu que iríamos pedir boleia e lá tratou do assunto com tal empenho que logo um português caiu do céu e nos trouxe até Lisboa. Ainda me lembro da montanha de dinheiro que ele tinha na gaveta e na arma, que nunca soube se seria simples aviso... Dormi que nem uma justa, no banco traseiro, o caminho de regresso.

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  2. Realmente, em desuso nos dias actuais. Há alguns anos atrás, ainda via jovens com um cartão onde escreviam o destino desejado, a saída de alguma localidade. Cheguei a levar de Faro até Tavira gente que queria ir para a Espanha.

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