Emblemática do Infante Dom Pedro
DOM PEDRO DUQUE DE COIMBRA & FREI JOÃO VERBA
«Inicial da Dedicatória» do Trauttado da Virtuosa Benfeytoria (c. 1430-1433)
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DésireAS QUINAS: D. PEDRO, REGENTE DE PORTUGALClaro em pensar, e claro no sentir, | É claro no querer; | Indiferente ao que há em conseguir | Que seja só obter; | Dúplice dono, sem me divi-dir, | De dever e de ser — || Não me podia a Sorte dar guarida | Por não ser eu dos seus. | Assim vivi, assim morri, a vida, | Calmo sob mudos céus, | Fiel à palavra dada e à ideia tida. | Tudo mais é com Deus!
Fernando Pessoa, Mensagem (1934: I, iii, 3, 11-12)
A moderna historiografia costuma apontar o Infante Dom Pedro como o mais destacado representante da Ínclita Geração da Casa de Avis. O terceiro filho varão de Dom João Primeiro e de Dona Filipa de Lencastre conseguiu associar por diversas vezes o seu nome ao dos restantes irmãos, igualando-os nas qualidades desenvolvidas e ultrapassando-os mesmo nos resultados obtidos. Celebrizou-se na obra filosófica e na arte da governação como Dom Duarte, o Rei Eloquente; tornou-se o Príncipe das Sete Partidas, pelas viagens efetuadas pelo Velho Mundo e Terra Santa, feito que nem o Infante Dom Henrique, o Navegador, sonhou realizar; morreu sem glória nem proveito na Batalha de Alfarrobeira, tal como ocorrera anos antes com Dom Fernando, o Infante Santo, na tentativa malograda da conquista da praça africana de Tânger.
O Infante de Portugal e também Duque de Coimbra e de Treviso, Cavaleiro da Jarreteira e Regente do Reino na menoridade de Dom Afonso Quinto, adotou como alma do brasão pessoal a palavra Désir, gravada na cartela do corpo da divisa. «Desejo» de fazer sempre mais e melhor, registado em francês, a língua da mãe, inglesa de nascimento mas descendente dos Plantegenêt angevinos. As letras do mote poderão ainda representar as iniciais da insígnia da Ordem do Dragão (Draconis Equitas Societas Imperatur et Regis), que lhe foi conferida por Segismundo da Hungria. A Balança, pintada a ouro sob um fundo azul e cinza a rematar a emblemática, simbolizaria a «Justiça» que imprimira à sua conduta de vida e que as intrigas e invejas palacianas cortariam pela raiz, ficando por cumprir parte dos projetos esboçados na Virtuosa Benfeitoria.
O Infante de Portugal e também Duque de Coimbra e de Treviso, Cavaleiro da Jarreteira e Regente do Reino na menoridade de Dom Afonso Quinto, adotou como alma do brasão pessoal a palavra Désir, gravada na cartela do corpo da divisa. «Desejo» de fazer sempre mais e melhor, registado em francês, a língua da mãe, inglesa de nascimento mas descendente dos Plantegenêt angevinos. As letras do mote poderão ainda representar as iniciais da insígnia da Ordem do Dragão (Draconis Equitas Societas Imperatur et Regis), que lhe foi conferida por Segismundo da Hungria. A Balança, pintada a ouro sob um fundo azul e cinza a rematar a emblemática, simbolizaria a «Justiça» que imprimira à sua conduta de vida e que as intrigas e invejas palacianas cortariam pela raiz, ficando por cumprir parte dos projetos esboçados na Virtuosa Benfeitoria.
Um emblema que inspira, o desejo de fazer mais e melhor, que a face negra do homem tem tendência para combater... Ainda bem que a História, pelo menos, tenha feito justiça à memória de D. Pedro.
ResponderEliminarFigura injustamente esquecida de muitos, talvez por ter defendido pontos de vista políticos que os seus contemporâneos recusaram e grande parte do público atual desconhece.
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