21 de janeiro de 2021

Damas & Cavalheiros no jogo das cadeiras presidenciais p'ra Belém

A REPÚBLICA
Simões de Almeida (Sobrinho)
[Museu de Lisboa - Palácio Pimenta  - 1911]

É entrar, é entrar, a corrida vai começar!

A República é representada alegoricamente por uma mulher, batiza-da Marianne pelos gauleses, baseados no facto de Marie e Anne serem os nomes próprios mais usados nos meios populares do país aquando da Revolução Francesa, tendo-se tornado um dos símbolos mais conhecidos do novo regime a partir da canção occitânica de re-sistência popular La Guérisou de Mariano / La Guérison de Marianne, composta em 1792 pelo sapateiro-poeta Guillaume Lavabre.

A Mariana portuguesa usa o mesmo barrete frígio da sua congénere de além-Pirenéus, símbolo da liberdade greco-romana, associado à coroa de louros representativa da invencibilidade da sua portadora, bem como à bandeira nacional demonstrativa do poder de quem a veste como couraça ou peitoral. Para fazer face à Monarquia, a sua rival mais destacada, dá pelo nome sonante e único de República desde o seu nascimento e canonização pública e política. 

E se, segundo dizem as estatísticas do PORDATA, há mais mulheres (52,8%) do que homens (47,2%), dá vontade de perguntar a razão de nunca termos eleito nenhuma presidente da república, apesar de termos tido algumas candidatas apresentadas a escrutínio desde que o sufrágio universal foi instituído entre nós. Cinco candidaturas femininas (9,3%) face a quarenta e nove masculinas (90,7%). Uma diferença abissal que nos faz sentir uma certa perplexidade.

Palácio Nacional de Belém

É verdade que a Monarquia portuguesa entronou duas rainhas soberanas em 770 anos de existência. Um número exíguo mas mesmo assim superior à francesa, que em 1362 anos não conheceu nenhuma, igualando-nos depois no que à República de refere com um idêntico match nul. A campanha eleitoral está a chegar ao fim mas até ao arrumar dos cestos é vindima. Depois da ida às urnas, tudo estará decidido. Les jeux sont faits & rien ne vas plus.

2 comentários:

  1. O dia de eleger uma mulher Presidente desta Républica há de chegar. Eu acredito.
    Até lá vamo-nos contentando com o que há.

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  2. Chegará o dia. Entretanto, faites vos jeux!

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