Bolo-Rei & Bolo-Rainha em Dia de Reis...
A concentração monárquica numa casa republicana faz-se no Dia de Reis, que hoje se celebra em honra dos míticos Baltazar, Gaspar e Belchior, os três reis magos que afinal não eram três, nem reis, nem magos. São Mateus refere-os no Evangelho (Mt 2, 1-12) que lhe é atribuído, sem os numerar e nomear. Mas essas minúcias pouco importam passados mais de dois milénios sobre a visita e ofertas dos sacerdotes orientais do zoroatrismo ao deus-menino, por si reconhecido como Messias prometido e futuro Rei de Israel, para grande desespero do Rei Herodes protegido de Roma. A história mais completa da tríada encontra-se referida n'A revelação dos magos, um manuscrito apócrifo siríaco, composto ao que parece no séc. Ⅱ, de que existe uma cópia do séc. Ⅷ no Vaticano já traduzido para inglês pelo académico norte-americano Brent Landau.
O ouro, incenso e mirra que os três monarcas terão dado a Jesus de Nazaré recém-nascido estão nos dias de hoje representados simbolicamente nas frutas cristalizadas dispostas em grande quantidade no bolo-rei em forma de coroa, obrigatório na mesa nesta data, a fim de celebrar a derradeira festividade da quadra católica. Estarão também presentes na coroa menos colorida do bolo-rainha, criado ultimamente para as bocas mais temorosas dos excessos calóricos do açúcar. O casal real olha de relance os três reis magos colocados em posição de adoração no presépio armado com maior ou menor aparato num espaço privilegiado da casa. Já se apearam dos camelos que os transportaram desde o local onde se levanta o sol e avistaram a Estrela de Belém pela primeira vez, agora depositada no topo da Árvore de Natal que a acolheu.
Interessante resenha histórica, Prof.! Cultura e gastronomia de mãos dadas neste dia gélido, a pedir o acompanhamento de um copo de vinho do Porto...
ResponderEliminar