Hildreth Meiere, The spirit of Song (1932)
[Radio City Music Hall - New York City]
«La letra de la canción es lo que creemos entender, pero lo que nos hace creerla o no es la música.»Carlos Ruiz Zafón, El juego del Ángel (Barcelona: Planeta, 2008; Ⅱ, 8, 261)
Es war einmal uma família de cantores que viu a sua história contada nas páginas dum livro, representada nas tábuas dos teatros e projetada nos ecrãs dos cinemas. A saga dos Von Trapp austríacos correu o mundo com a designação de The Sound of Music. A edição escrita continua disponível nos acervos das principais bibliotecas espalhadas pelo terra, a versão cénica continua a subir ao palco das salas de music hall das grandes cidades planetárias e as imagens em movimento a animar as sessões clássicas de sétima arte ou as tardes televisivas em datas especiais. O sucesso está sempre garantido em qualquer uma das modalidades, até nas registadas em suporte discográfico.
Once upon a time a transposição para os nossos dias da história de amor e morte de Romeu e Julieta celebrada por William Shakespeare. As rivalidades familiares travadas pelos Capuletos e Montéquios na Verona renascentista é revivida quatrocentos anos mais tarde na Nova Iorque da era pós-modernista. As rixas aristocráticas italianas são substituídas pelas disputas intestinas dos gangues americanos anglo-saxónicos e porto-riquenhos hispânicos. A tragédia manteve a sua matriz dramática, transformou-se no West Side Story cantado e mudou-se do Globe Theatre de Londres para as salas de espetáculo da aldeia global, para ser visionado na modalidade representada e/ou filmada para deleite de todos.
Det var en gång um grupo de quatro jovens suecos que cantou em inglês a derrota de Napoleão em Waterloo. Na precipitação de contar amorios pessoais de mediana importância, a canção vencedora do concurso eurovisivo esqueceu-se de indicar o nome do vencedor da batalha. Passou também por cima dos interesses imediatos de referir que o imperador dos franceses continua a ser uma das figuras de proa da história europeia recente, mesmo nos países que invadiu, conquistou e espoliou a torto e a direito. Os dois pares de intérpretes escandinavos continuaram a criar hit parades internacionais de teor idêntico ao lançado em Brighton Dome. Até lograram reuni-los num music hall. É caso para dizer Mamma Mia!
Era uma vez um sonho da música que todos os anos celebrava a alegria de cantar em grupo, até que a pandemia inesperada de dimensão planetária o interrompeu por duas longas temporadas. E as histórias cruzadas de três títulos grandes do teatro musical em formato coral subiram de novo à cena. Já o fizeram por duas vezes e outras mais se seguirão entretanto. Sequenciaram-se líricas e melodias, selecionaram-se fios condutores da trama, seriaram-se cadências mimadas de movimento e drama. As palavras e as notas soaram a muitas vozes, as luzes iluminaram a ribalta ao sabor do momento, o pano subiu e desceu sobre o proscénio e o público aplaudiu de pé. Qualquer dia destes há mais.
E viva a música! E que o canto não falte para a celebrar em pleno!
ResponderEliminarQue maravilha, que o regresso às lides corais continuem até que as gargantas vos doam!
ResponderEliminarAté o medalhão que nos trouxe é magnífico!
Que venham mais e que continues nessas lides maravilhosas que tanto alimentam o espírito, querido amigo.
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