Tabardo e colar de Rei de Armas séc. xviii |
Rezam os anais que até nós chegaram ter o filho segundo de D. Afonso II inserido um número variável de flores-de-lis e castelos no seu brasão pessoal, por estar casado com Matilde de Bolonha e ser filho de Beatriz de Castela. A adoção deste distintivo heráldico (1238) significa que, muito antes da sua ascensão ao trono português (1248) e da posse efetiva do Algarve (1249), D. Afonso III já usava como insígnia distintiva própria de poder senhorial uma semeadura variável de castelos amarelos numa bordadura vermelha, depois agregada ao brasão real, como quebra ritual de escudos e diferença de armas, decorrente da deposição papal do irmão D. Sancho II.
Armas de D. Afonso III Conde de Bolonha & Rei de Portugal e Algarve |
Ao que se sabe, as antigas taifas de Silves, Tavira e Santa Maria nunca dispuseram de nenhum brasão próprio, enquanto entidades autónomas/unificadas do Gharb al-Andaluz do Califado de Córdoba e do Império Almorávida ou da Coroa do Portugal. Os castelos e cabeças de reis muçulmanos e cristãos que aparecem nos antigos armoriais nacionais mais não são do que meras fantasias por vezes seguidas como fidedignas nos nossos dias. Tradições que regra geral se esquecem da rutura causada pela troca de cetros d'O Capelo pel'O Bolonhês ou da natureza tão-somente nominal do designado Reino do Algarve/Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África.
Reino dos Algarves Thesouro de Nobreza. Lisboa, 1675 |
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