30 de outubro de 2018

Do paraíso perdido e recuperado ao paraíso descoberto e desperdiçado...

Terra Brasilis
Fragmento do Atlas Português de 1519, conhecido como Atlas Miller
[Bibliothèque national de France]

Paraíso Celestial: perdido e recuperado
A mítica rebelião dos seres espirituais do paraíso celestial contra Deus levou à sua expulsão para as profundezas infernais. O portador de luz Lúcifer transforma-se na encarnação do mal conhecida por Satanás e converte-se na serpente tentadora que convenceu Adão e Eva a comerem do fruto proibido da árvore do conhecimento ou da vida. A queda dos anjos insubmissos à vontade divina provocou a subsequente queda do homem, a passagem imediata dum estado de inocência primitiva para um estado de desobediência consciente de culpa. John Milton narra todo este processo etiológico em formato épico no Paraíso Perdido (1667), logo seguido de um redentor Paraíso Recuperado (1671), em que o todo poderoso envia o filho à terra para salvar a humanidade.

Paraíso Terrestre: descoberto e desperdiçado
A memória desses tempos primordiais revelados nos textos sagrados e lendas locais comuns aos fiéis seguidores do Livro terá levado o escrivão Pero Vaz de Caminha a ver a Ilha da Vera Cruz como um jardim de delícias e prazeres sem fim, em boa hora achado por Pedro Álvares Cabral em 1500 quando rumava para a Índia. É essa a ideia que transparece na Carta que escreveu a Dom Manuel no primeiro de maio desse ano. Mas a utopia aí descrita foi de curta duração. As ações de capitães e governadores, príncipes e reis, imperadores e presidentes, converteram mais vezes do que as desejadas a eutopia em distopia e o novo paraíso descoberto passou a paraíso desperdiçado. Assim costumam acontecer as coisas neste espaço terrestre que é o nosso.
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Peso das Palavras     
O país do carnaval, do cravo e da canela, do cacau e do suor, dos romances do Jorge Amado e das telenovelas da Globo foi a votos. Venceu o discurso do ódio e da violência. Num registo verbal feito de extremos, o peso das palavras perdeu o sentido do racional. A intolerância, o racismo, a homofobia, a misoginia, o belicismo, a xenofobia, destilados a torto e a direito, foram ignorados na hora de decidir. Os males maiores viraram males menores. Fez-se tábua rasa das lições da história. Num registo de dor assumida e repartida, o masoquismo deu cartas ao sadismoE o mundo espantou-se. É caso para dizer: quanto mais me bates, mais eu gosto de ti. Oportunidade desbaratada esta a da cantada terra abençoada por Deus e bonita por natureza. Absurdo tropical.

28 de outubro de 2018

A dança das horas

       O relógio dos livros & a hora das leituras      

O relógio marca a hora...


Adormeci com o horário de verão e acordei com o de inverno. Em conformidade com a legislação que regula a hora em Portugal, atrasei 60 minutos o relógio antes de me deitar e teoricamente terei dormido mais uma hora esta noite, quando na realidade estive na cama o mesmíssimo tempo que estaria num qualquer domingo do ano.

No ar fica a dúvida de saber se a dança das horas se fez pela última vez ou se se vai repetir ab æterno na mudança de estação. Aquela em que os calções e as T-shirts dos dias quentes e os cachecóis e a roupa-de-tapa-tudo dos dias frios disputam entre si a entrada triunfal em cena para executar as suas coreografias semestrais.

A UE diz que o baile vai parar. Por cá o PM diz que vai seguir. Um braço-de-ferro inútil que a breve trecho os 27 porão fimDurante anos a fio disse-se cobras e lagartos contra a mudança de hora. Dum dia para o outro passou a destilar-se veneno pela sua manutençãoVá-se lá ser sacristão nesta freguesia com tais fiéis/infiéis residentes.

24 de outubro de 2018

Três obras à procura dum autor credível e dum género à medida, ou talvez não...

DEDICATÓRIA, PRÓLOGO & INTRODUÇÃO: AUTORES ANÓNIMOS
«Naõ ensina ladroens o meu discurso, ainda que se intitula Arte de Furtar; ensina só a conhecellos, para os evitar... »
Arte de Furtar (c. 1652). Lisboa: INCM, 1991,  51
«Leytor curiozo, nestas fabulosas Obras do Fradinho da Mão Furada te offereço dezenganos de suas tentacoens e experiências de suas pe-nas, para fugirem a hũas e temeres as outras...»
Obras do Fradinho da Mão Furada  (>1744).  Lisboa: FCG-JNICT, 1991, 83
«Esta obra foi achada numa terra que ainda se não descobriu, mas que brevemente se espera esteja descoberta...»
O Piolho Viajante (1802). Lisboa: Estúdios Cor, 1973, 27
PRIMEIRA OBRA: ARTIFICIOSA
O tratadista da arte de furtar elenca um rol imenso de unhas treinadas no roubo dos bens alheios. Propõe-na ao rei Dom João Quarto para que a emende e dedica-a ao príncipe Dom Teodósio como aviso. Oferece-a a quem a quiser ler como espelho de enganos, teatro de verdades, mostrador de horas minguadas e gazua geral dos Reinos de Portugal. Conclui com a apresentação das tesouras corta-unhas da vigia, milícia e degredo, remate indicado para enfrentar todos os desenganos apontados nos setenta capítulos do tratado.  

SEGUNDA OBRA: DIABÓLICA
O soldado André Peralta regressa a casa depois de ter feito a Guerra da Flandres no tempo de Filipe Segundo de Castela. Afligido e maltra-tado, desgraçado e pobre, entra no Reino de Portugal e dirige-se a Lisboa, pátria de estrangeiro, madrasta dos naturais e protetora de venturosos. Em Évora, cruza-se com um espírito transmigrado da vida, a quem chamam Diabinho ou Fradinho da Mão Furada, por ter as mãos rotas de liberdades. As aventuras peregrinas dos dois têm início nesse altura e ocuparão os cinco fôlegos do relato.

TERCEIRA OBRA: PIOLHENTA
O Piolho Viajante, nascido na Ásia, fruto do ajuntamento duma Piolha e dum Elefante ou duma Tarântula macha, vê-se muito cedo obrigado a andar de cabeça em cabeça, na demanda inglória dum hospedeiro ideal, que o alimente dia a dia e não lhe cause incómodos de maior. Nas memórias que legou aos vindouros, descreve a sua passagem meteórica por setenta e duas carapuças, número bastante abaixo das mil e uma projetadas. Propósito louvável que um qualquer contra-tempo ou infeliz extravio de manuscritos terá provocado.
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AUTORES & GÉNEROS
Estas três obras costumam ser integradas na esfera da picaresca. Fi-liação falaciosa para um tratado precetista, uma palestra moral e uma fábula satírica, que primam ou pela falta de ação novelesca ou de ca-riz realista. Apicaradas, quiçá, ou de escárnio e maldizer bem ao jeito português das trovas medievais e dos autos vicentinos. As censuras então vigentes explicam o terem sido dadas a público sem nome de autor. Deixemo-las assim, que atribuições falsas, duvidosas e incer-tas em nada as fazem melhores ou piores do que são.

18 de outubro de 2018

Os romances de Saramago, o túmulo de João XXI e o exército de Qin Shi Huang

       L'Esercito di Terracotta a Viterbo      

[Mostra nell'Ex Convento dei Carmelitani Scalzi]

Mobilità a Viterbo

Prima: letteraria
O programa Erasmus de mobilidade internacional levou-me em outubro de 2012 à Università Degli Studi Della Tuscia - Viterbo, sob os auspícios da Cátedra Pedro Hispano. A minha visita como professor convidado da Facoltà di Lingue e Letterature Straniere Moderne centrou-se nos «Universos romanescos de José Saramago» e dirigiu-se sobretudo a alunos dos 1.º e 2.º ciclos do Dipartimento di Scienze Umanistiche della Comunicazione e del Turismo. Falámos das bagagens dum viajante e das sete histórias exemplares com cão. Escuso-me de entrar em pormenores académicos.

Seconda: papal
Dizem os anais do Vaticano ter sido Pedro Julião (1215-1277) o único papa português, mais conhecido pelo nome escolástico de Pedro Hispano e pontifício de João XXI. É longa a sua carreira de médico, filósofo, teólogo, matemático e professor. Breve a de 187.º sucessor de São Pedro (1276-1277). Depois de passar por Lisboa, Braga, Paris e Siena, acaba os dias em Viterbo, onde está sepultado numa tomba onorifica. Visitei-o na Cattedral di San Lorenzo, basilica minor vizinha ao Palazzo dei Papi. Encontro feliz este meu com a arte românica rendida ao fascínio da renascentista.    

Terza: bellica
Nos intramuros da Vetus Urbs latina, a città vecchia de Viterbium, pus-me a visitar os legados etruscos, romanos e cristãos do mais vasto centro histórico medieval da Europa. Na Piaza Fontana Grande, o Ex Convento dei Carmelitani Scalzi propôs-me a mostra dell'eser-cito di terracota dell'imperatore cinese Qin Shi Huang. Não pensei duas vezes e entrei, máquina fotográfica em punho. Depois a bateria falhou-me e o encontro inesperado ficou-me todo gravado na memó-ria. Recordo-o agora num achado providencial da Net. Admirável mundo novo este o nosso da realidade virtual.

15 de outubro de 2018

Italo Calvino: se numa noite de inverno um viajante iniciasse uma história sem fim à vista…

«Se una notte d’inverno un viaggiatore, fuori dell’abitato di Malbork, Sporgendosi dalla costa scoscesa, senza temere il vento e la vertigine, guarda in basso dove l’ombra s’addensa, in una rete di linee che s’allacciano, in una rete di linee che s’intersecano, sul tappeto di foglie illuminato dalla luna, intorno a una fossa vuota – Quale storia attende laggiù la fine?»
Italo Calvino, Se una notte d’inverno un viaggiatore (1979)
Todo aquele que se interessar pelos universos da escrita e da ideali-zação de histórias fingidas deve procurar na sua livraria habitual, na biblioteca mais próxima ou no recanto esquecido duma estante de arrumar palavras escritas em livros o contributo valioso de Italo Calvino, Se numa noite de inverno um viajante (1979), publicado algumas décadas atrás, mas sempre atual nas reflexões nele contidas. Trata-se dum relato que nos exibe o incipit de dez outros relatos com muitas intrigas para contar. Todos têm um início registado nas páginas do volume a que o leitor tem acesso, mas nenhum deles lhe oferece um final tranquilizador das tramoias anunciadas. Exercício fascinante para quem entende a literatura como um desafio constante da imaginação para dar sentido aos labirintos da vida e às lacunas do dia-a-dia. 

O romance que alberga a promessa gorada duma mão cheia doutros mais no seu seio provocou, de imediato, uma acalorada discussão polémica na república global das letras, cujos ecos ainda se deixam ouvir com alguma nitidez nos nossos dias, a três décadas e meia de distância da editio princeps. A recensão crítica publicada na altura por Angelo Guglielmi numa revista da especialidade levou o criador italiano a ripostar com uma longa reflexão explicativa das questões arroladas, transcrita como apresentação da obra na reedição que segui. A réplica faz-se acompanhar duma chave de leitura pessoal do autor, esquissada em termos esquemáticos e facilitadores da tarefa decifradora encetada por um leitor menos prevenido. Trata-se duma iniciativa interessante em termos editoriais, mas limitadora da autonomia dos viajantes reais em interpretarem os viajantes virtuais equacionados pela ficção de ficções. 

Enquanto projeto diegético de definição e descrição autoral dum livro com livros dentro, a aproximação mimética aos palcos que pisamos e cenários que preenchemos, feita de dramas que começam e não acabam, remete-nos para um vasto políptico verbal de mexericos tecidos em dez painéis. Romances da névoa, da experiência corporal, do simbólico-interpretativo, do político-existencial, do cínico-brutal, da angústia, do lógico-geométrico, da perversão, do telúrico-primordial, do apocalíptico. Percurso guiado pelas rotas poéticas da invenção relatada, a que um mero caminheiro amante dos trilhos ignotos dará pouca ou nenhuma importância. A busca da plenitude sentida pelo fabulador, através dos olhares que perscrutam o absurdo, a transparência ou as origens do cosmos, não se compagina num esquema académico previamente traçado. É peculiar, única, singular. Tal como a criação artística, afinal de contas. 

Teorias à parte, a personagem Eu sai do interior da ficção que protagoniza e dirige-se ao leitor que a tem entre mãos nas páginas dum livro. Convida-o a entrar na trama. Fala-lhe do enredo e comenta as opções tomadas pelo autor que lhe deu vida. A passagem dumas histórias-encaixadas para outras processa-se por meio dum entre-cruzar de vozes, que têm na história-moldura uma porta de acesso privilegiada ao universo virtual do faz-de-conta que é assim. A transição de fragmentos recorre a uma bem-urdida teia de percalços editoriais e de atribuições apócrifas, superando com sucesso os perigos das mudanças constantes de argumentos lacunares ou de folhetins de cordel desirmanados, entregues periodicamente de porta em porta. Dédalo discursivo esboçado à maneira dum Jorge Luis Borges ou dum Edgar Alain Poe, arquitetos da palavra referidos por Italo Calvino no pré-texto que antecede a fábula propriamente dita, a que se pode agregar uma alusão implícita ao Ulisses de James Joyce, a tal epopeia em prosa distribuída por dezoito capítulos de diferente delineamento estilístico. 

É verdade que a história nuclear que une a totalidade das laterais até acaba em casamento. Um coup de foudre muito oportuno para selar o happy end ofertado aos dois leitores compulsivos de romances. Prémio de consolação pouco sedutor para quem gosta de imitações de vida com princípio, meio e fim. Por esta ordem ou por outra. Desconfio que o próximo livro que ler terá de obedecer a este triângulo operativo. É clássico e tem funcionado à perfeição nos dois últimos milénios de devir poético do género. Porque a missão de ser leitor dispensa lindamente a missão de ser escritor. Num mundo tão complexo como aquele em que os heróis da ficção nos tentam copiar a todo o custo, a vitória do ócio sobre o negócio é uma hipótese que não se deve descartar do nosso horizonte de expectativas.

NOTA
No dia do 95.º aniversário natalício do hiperficcionista, trago para este espaço a leitura da hiperficção que em tempos deixei registada no Pátio de Letras e dou-lhe os parabéns pela arte singular com que continua a dar vida aos labirintos discursivos dum hipertexto.

10 de outubro de 2018

Pizzas de outono e de todo o ano

Galleria Vittorio Emanuele II di Milano

Alberto Oliva Comics

Pizza nella Galleria Vittorio Emanuelle II di Milano...

Em trânsito de Varsóvia para Faro, fiz escala por algumas horas em Milão. Tudo se passou sete anos, mais dia menos dia, e inseriu-se na participação num Colloque International, organizado pela Chaire de Philologie romane, da Universidade de Łódź. Levei até ali uma reflexão pessoal sobre a Catherine Clément e as Dez mil guitarras, que os seguidores de D. Sebastião terão deixado em Alcácer-Quibir, após a infortunada Batalha dos Três Reis. O texto anda por aí à solta na Net em formato PDF e pode ser encontrado por quem o quiser achar. Deixemo-lo navegar sem sobressaltos.

Sobrevoámos os Alpes, que medeiam a Polónia da Itália, aterrei na capital da Lombardia. Uma navetta levou-me a mim e à minha colega e amiga à stazione centrale. A linha amarela da Metropolitana conduziu-nos à piazza Duomo. A aventura milanesa ia começar. A e de city tour. O Miracolo a Milano do Vittorio de Sica surgiu-nos logo ali, à saída do Metro. Visita lenta à catedral. Olhar atento à città degli Sforza. Praças, estátuas, palácios, jardins. Uma pausa junto ao Teatro alla Scala e ao Leonardo da Vinci impôs-se. E uma área de La Traviata de Verdi soou subitoLibiamo ne' lieti calici.

Uma travessia nos diversos sentidos da Galleria Vittorio Emanuele II encaminhou-nos até ao Il Salotto. Pausa apetecida para degustar uma pizza quattro stagioni outonal e beber uma birra pilsner Nastro Azzurro. Os sabores italianos provados in situ. Tempo para pôr a con-versa em dia, para viver o pós-conferência, para falar doutros pro-jetos coloquiantes com sabor viandante e empenhados na descober-ta de novos horizontes. Tempo para um arrivederci alla prossima vol-ta à Milan e preparar o retorno a casa. O desejo então expresso con-tinua ainda no ar à espera duma concretização rápida. Ecco!

5 de outubro de 2018

Viva a República, viva!

      ILUSTRAÇÕES DO 5 DE OUTUBRO DE 1910      

Em terras de latifúndio


Então chegou a república. Ganhavam os homens doze ou treze vin-téns, e as mulheres menos de metade, como de costume. Comiam ambos o mesmo pão de bagaço, os mesmos farrapos de couve, os mesmos talos. A república veio despachada de Lisboa, andou de terra em terra pelo telégrafo, se o havia, recomendou-se pela im-prensa, se a sabiam ler, pelo passar de boca em boca, que sempre foi o mais fácil. O trono caíra, o altar dizia que por ora não era este reino o seu mundo, o latifúndio percebeu tudo e deixou-se estar, e um litro de azeite custava mais de dois mil réis, dez vezes a jorna de um homem.

Viva a república, Viva.
José Saramago, Levantado do chão (Lisboa: Caminho, 1980, 33)

1 de outubro de 2018

Frases feitas e lugares-comuns

Coleção Nabais Conde de Mapas Antigos
[Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra]

  Equívocos de quem diz que disse...  


Daqui houve nome Portugal diz-se à tripa-forra no Porto. Ao que se sabe, os celtas terão fundado um povoado ribeirinho na margem sul do Douro chamado Cale. Com a chegada dos mouros, a população receosa refugiou-se na outra banda do rio, junto dum porto de águas profundas. Os migrantes do castrum antiquum associaram-se aos residentes do castrum novum e deram origem ao Portu(s) Cale, o depois Portucale e Portugal. Digamos que Gaia também teve algo a dizer sobre o nome do país que mais tarde por ali surgiria.

Aqui nasceu Portugal lê-se no letreiro colocado nas ameias do castelo de Guimarães. A cidade viu-se deste modo convertida no berço da nação. Quem disse que assim era esqueceu-se que o Condado Portucalense nasceu em 868 na Presúria do Porto, nos tempos de Vímara Peres. Foi nesse burgo que o poder se exerceu até o conde D. Henrique de Borgonha o ter deslocado em 1095 para Vimaranes. E a frase feita passou a lugar-comum. O diz que disse de quem repete o que ouviu dizer e continua a dizer.

Cidade de Ulisses se chama a Lisboa. A Olisipo romana teria sido fundada pelo rei de Ítaca, como se o guerreiro homérico vindo de Troia fosse Olisseu e não Odisseu. Questão etimológica que nos leva da matriz grega para a semita. É que se nos basearmos no mito feito lenda que diz ser a Europa uma princesa convertida em continente, a cabeça seria a Ibéria, o rosto Portugal e o nariz Lisboa. Neste diz que disse equívoco, vá-se lá saber ao certo se o topónimo se deve ao nome dum herói aqueu ou ao nariz duma heroína fenícia.