Risalamande med kirsebærsovs |
Arroz com amêndoa e cereja à moda dinamarquesa
Fomos apresentados há cinco anos em Copenhaga. Voltámos a encontrar-nos agora em Faro. Dá pelo nome de risalamande, uma palavra única dinamarquesa que se pode desdobrar numa frase francesa com quatro palavras riz à l'amande e traduzir em bom português para «arroz com amêndoa», esta versão lusíada com uma ressonância sonora menos exótica ou poética do que a original dano-gaulesa, mas nem por isso menos pantagruélica na sua essência festiva duma noite de consoada passada em família.
A uma primeira abordagem da sobremesa natalícia, somos levados a considerá-la aparentada como o nosso arroz-doce tradicional, mas as semelhanças são muito ligeiras e logo desaparecem em termos visuais, quando substituímos a canela em pó decorativa pelo molho de cereja aquecido. Aromas e sabores bem diferentes, acentuados sobretudo pela troca da casca de limão pelas amêndoas picadas, a pitada de sal pelos grãos de baunilha e as gemas de ovos por uma dose de chantilly. Ótimas as duas para celebrar a ceia de Natal.
Aprecio a inovação na tradição, sem perder as raízes, a introdução de novos ingredientes e receitas só acrescenta paladares e sabores ao tradicional.
ResponderEliminarLembro-me de comer esta sobremesa em Copenhaga, aliás, também na Suécia. Adoro tudo o que leva arroz, seja doce ou salgado, desde que esteja bem preparado. Por falar nisso, este ano não me lembrei do arroz árabe, de que tanto gosto...
ResponderEliminarAh o risalamande Já há muito tempo que não faço, simplesmente porque é difícil competir pelo espaço na mesa dos doces aqui em Portugal
ResponderEliminarNa DK a tradição era fazer uma grande panela de “risengrød” no dia 23, que era o jantar da família. Como era também nesse dia que se montava a arvore de natal e talvez as bolachas “småkager”, ninguém tinha paciência para cozinhar.
No dia 24 então usavam-se os restos para fazer o risalamande, que era o único doce em cima da mesa. No meu primeiro natal em Portugal fiquei espantada com a variedade enorme de doces, mousses, bolos, fritos e afins na mesa de Natal. Foi aí que decidi que Portugal era o meu país de destino.
Lembro-me que no Natal de 2015 em Copenhaga, também comemos uma pratada de arroz na ceia de 23 de de dezembro e que o «risalamande» foi depois servido na consoada. Só que nessa noite de 24 de dezembro luso-dinamarquesa havia também alguns doces portugueses que muito deliciaram os meus familiares escandinavos. Ser conquistada pela nossa doçaria tradicional lusitana foi um bom presente que o Menino Jesus pôs em cima da mesa sem se importar com o sapatinho na chaminé. Continuação de boas festas, apesar dos confinamentos do final de ano...
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