23 de fevereiro de 2021

Abelhas, vespas & companhia

JOANA VIEGAS
Palácio de Seteais
(2014)

Ferroadas voadoras...

1. História de mel amargo
Andou por aí à solta um grupo tresmalhado de abelhas, vespas ou primas próximas dumas e doutras e ferroou em vários locais uma vizinha nossa, que teve de recorrer ao serviço hospitalar. À parte dos inchaços e vermelhões acostumados em casos que tais, o fait divers passou ao rol daqueles episódios caricatos que mais tarde dá vontade de rir a contar. Lembro-me de algumas delas pessoais e ter-me-ei esquecido de algumas mais sem direito a esta historieta de ferroadas voadoras. 

2. História do chafariz d'el-Rei
Em miúdo e graúdo sofri alguns desses ataques aéreos, mas tive sempre tratamento caseiro, rápido e eficiente. No largo das brincadeiras junto ao chafariz d'el-Rei, nas bancadas da praça da fruta, um ou outra que entrou pelo quintal dentro. O segredo então era deixá-las esvoaçar dum lado para o outro sem as incomodar. O pior é quando as perturbamos sem as ter visto. Fui ferroado várias vezes e pronto. Nas mãos, na cara, nas pernas. Sobrevivi sempre para recordar como foi.

3. História do vespeiro da Lourinhã
E houve aquela vez que em estava a brincar com as molas de roupa em casa da minha avó. Estava de calções e sentado no chão a apanhar ar junto à janela entreaberta. Subitamente senti uma dor lancinante nas partes pudendas. Tinha sido uma vespa que se escapara dum candeeiro público colocado naquele primeiro andar. Passou-me com o toque duma faca fria na zona afetada. Adormeci de seguida e acordei curado. Remédio santo sem sequelas a apoquentar-me a memória.

4. História do piquenique de Seteais
O mais recente episódio ocorreu ainda em meados dos anos 70 na serra de Sintra, num piquenique de colegas nos jardins do Palácio de Seteais. Depois de estendida a toalha e disposta a merenda, sentei-me em cima dum vespeiro camuflado na relva viçosa da vasta pradaria. Aos sete ais da lenda juntaram-se os ais adicionais das mordidas. Não me recordo como mitiguei então a dor e o inchaço, mas decerto não foi com a lâmina duma faca de cozinha nem com a ajuda da avó...    

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3 comentários:

  1. Recordações das ferroadas mas sem dor e com riso à mistura. As abelhas e suas primas sempre foram minhas amigas porque as deixava voar perto até se cansarem ou talvez porque sentiam que as admirava como bichinhos lindos e exóticos. Sorte minha, mas assim não tenho histórias engraçadas como as tuas para contar...

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  2. Teresa Salvado de Sousa25 de fevereiro de 2021 às 17:25

    Muito lindas, muito úteis, mas medo delas e das reações anafiláticas. Brrr, até me arrepio, prefiro a distância. Gato escaldado de água fria tem medo.

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  3. Fui picada uma ou outra vez por abelhas, as técnicas para retirar o ferrão é que são iguais ou parecidas: com uma faca fria no local ou o uso de uma moeda!
    Sou alérgica a tudo o que pica, por isso fujo das abelhas, das vespas, dos mosquitos e assim.

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