10 de outubro de 2025

Le jambonneau du Mont Saint-Michel

 Le Mont Saint-Michel dans la Fête de l'Archange
« Les très riches heures du duc de Berry »

DICTON
Le Couesnon dans sa folie a mis le Mont en Normandie

 Un piquenique dans les rives du Couesnon                

A história do Mont-Saint-Michel é antiga e cheia de peripécias. Há séculos que funciona como fronteira disputada entre dois ducados franceses há muito extintos como entidades independentes, a Bretanha dos arminhos negros em fundo branco e a Normandia dos leões dourados em campo vermelho. Aquele que já foi bretão e deixou de ser e voltou a ser normando tal como ao nascer. Dizem que terá sido do Couesnon, que na sua corrida furiosa para o mar, colocou o monte na orla direita do seu leito.

Nas diversas vezes que passei por ali, tive sempre o ensejo de testemunhar a impetuosidade extrema da corrente daquele riacho fronteiriço e a magnitude desmedida da maré que cobre todo o seu largo estuário em menos dum nada. Nessas ocasiões de preia-mar total, a formação rochosa converte-se numa ilhota perdida na vasta baía do Mont-Sant-Michel no Canal da Mancha, o grande braço de mar pertencente ao Oceano Atlântico que separa a Pequena Bretanha francesa da Grã-Bretanha inglesa.

Deixando de parte as conflitos ancestrais transfronteiriças gaulesas, carregados de mitos e contramitos ancestrais, vem-me à memória uma dessas visitas estivais ao site touristique du pays montois, associada a um piquenique memorável na margem oriental do rio, realizado numa zona verdejante aprazível junto ao parque de estacionamento. Fi-lo na companhia dum grupo animado de copains et copines, ávidos de ver/rever a abadia dedicada a Saint-Michel, o anjo mensageiro divino que deu nome ao monte.

Estendida a toalha usada nestas alturas e postos os pâtées, rillettes, andouilles, fromages, fruits et boissons habituais, a nossa anfitriã Gigi avisou que ia comprar la spécialité d'un traiteur du coin qu'il fallait forcément goûter. Voltou ao fim duma hora bem contada. A demora devera-se mais à turba que entupia as ruelas exíguas do burgo do que à distância percorrida. Trouxe-nos um jambonneau de porc plus bon marché qu'une omelette de la Mère PoulardDe facto, há surpresas que superam as nossas melhores expectativas.

 Jambonneau de porc & Omelette de la Mère Poulard

2 comentários:

  1. Um relato que faz salivar como o cãozinho de Pavlov! Na minha viagem pelas terras da Normandia, nos finais dos anos 80, não tive oportunidade de me aproximar do Mont Saint-Michel, que está na minha interminável lista de viagens por fazer, se a tal me ajudar a longevidade e a saúde (e os euros disponíveis). No programa da minha agência de viagens de estimação, está incluído um almoço na aldeia histórica, pelo que espero ter a possibilidade de provar esse tão elogiado jambonneau ou, pelo menos, um seu parente próximo. (Ficamos mais fãs de experiências pantagruelicas com a idade, acho eu...)

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    1. O jambonneau encontra-se com facilidade numa boa charcutaria, a omelette da Mère Poulard é que só se encontra no Mont Saint-Michel...

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