12 de março de 2025

Caminhar, pedalar, nadar & yogar

Bastard Helene, Randonnée (2020)

Mens sana in corpore sano...

Nunca fui praticante de grandes desportos. Em miúdo andava de triciclo no largo do chafariz d’el-rei e de bicicleta alugada no parque da rainha das caldas. Nada de mais. Jogar à bola com intuito competitivo nunca fez parte dos meus planos traçados a curto ou a longo prazo. Aliás, a bronquite crónica que me começou a fazer companhia desde tenra idade, sempre me inibiu de grandes folias físicas, como correr, saltar, pular e outras atividades afins.

Abandonado o recreio da primária e entrado já no secundário, deixei gradualmente de participar nas aulas normais de educação física e acabei por integrar um grupo restrito de ginástica respiratória, que, depois, mantive noutras paragens fora das instalações escolares. Completava-as sem dificuldade de maior e com algum prazer pelos amplos percursos palmilhados na malha urbana da grande cidade, para onde me mudara transitoriamente.

Em tempos de férias que vão, lancei-me em atividades físicas de maior fôlego com algum cheiro a desporto. Atirei-me às banhadas nos embalses estremenhos do Guadiana espanhol, pus horas a fio o pé no pedal para bicicletar ao longo dos canais flamengos do Limburgo belga e holandês, pratiquei dia após dia randonnées pédestres nas routes bretãs da Fôret de Brocéliande e walking hikings e nos rails irlandeses do Killarney National Park no Kerry.

Depois de ter ensaiado um pouco de montanhismo nas serras de Sintra e Arrábida, investi q.b. no Massif Central e Alpes franceses, lancei-me a aventuras mais amenas nas serranias algarvias de Monchique e do Caldeirão, em escaladas antigas agora substituídas pelas passeatas mais planas pelos trilhos da quinta do Ludo ou da Ria Formosa, pelos sapais de Castro Marim, nas arribas da Ponta de Sagres e nos areais das ilhas-barreira. 

Nos dias e noites que agora fluem, o sonho antigo de fazer o Caminho de Santiago continua de pé, mas a energia para a efetuar é que se dissipou. Deixadas de lado as bicicletadas pela cintura citadina de Faro e as braçadas nas piscinas municipais, restam-me as marchas de fim de domingo e as sessões bissemanais de yoga. Movimentos tranquilos de quem não tem pressa de chegar e posturas milenares vindas das míticas Índias Orientais. Namastê!     

2 comentários:

  1. Ao fim ao cabo sempre em movimento!
    Tenho uma amiga, aveirense, que é fã de caminhadas longas, no ano passado calcorreou um dos caminhos de Santiago, já não recordo qual.
    Este ano, em abril vai fazer outro ainda maior, durante cerca de duas semanas!
    Como sempre lhe digo: há gostos para tudo!
    Fazer caminhadas integra o rol de coisas a fazer após entrar em modo de reformada…

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    1. Aguardar pela reforma para satisfazer projetos de vida nem sempre é a estratégia mais sensata. Os tempos livres sobejam mas as reservas físicas começam a escassear. O melhor é começar a cumprir algumas delas ainda que parcelarmente e, no seu caso particular, até pode praticar um pouco as caminhadas na levadas madeirenses. Boa coragem...

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