13 de agosto de 2018

A visita anual das Perseidas

  STAR GATES : The Book of Miracles -  The Augsburg Wunderzeichenbuch (1533)  

ESTRELAS-CADENTES

Em noite de chuva de estrelas-cadentes, deitei-me ao comprido na espreguiçadeira do quintal da casa de férias e esperei que o fenómeno anual anunciado nos mass media se repetisse mais uma vez. De barriga para cima e olhar atento, perscrutei as estrelas-fixas da esfera celeste que as luzes esmaecidas duma aldeia sossegada da beira-mar deixam vislumbrar.

Detetei a Ursa Maior que me apontou sem rebuço para a estrela polar alojada na Ursa Menor. Observei pontos de brilho variado na mancha leitosa da Estrada de Santiago. Até consegui lobrigar um ou outro planeta mais afoito de se deixar ver sem me ter atrevido a dar-lhe um nome preciso. Seria Vénus ou Marte, seria Júpiter ou Saturno, a rondar o astro-rei invisível.

Procurei bem longe no horizonte onde o olhar se perde e a vista alcança e fui incapaz de encontrar a constelação de Perseu, onde as estrelas-cadentes se manifestam. Vi duas. Nem mais nem menos. A chuva prometida nem a aguaceiro chegou. Para o ano, vou deitar-me no areal da praia. Talvez assim a chuvada de meteoritos mostre um ar da sua graça.

2 comentários:

  1. Mesmo assim, é bom haver aldeias sossegadas onde se pode admirar as estrelas no céu. Na cidade, nem vê-las...

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  2. Tem mais graça quando, sem esperar, a(s) vemos cair e riscar o céu. Não resisto a pedir um desejo, e gosto de acreditar que me vai ser concedido! Boas férias, e “muitos desejos”.

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