Abel Grimmer - Outono (1607) |
Uma névoa de outono...
Uma névoa de outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta…Fernando Pessoa | Alberto Caeiro, «Poesias inéditas» (1930-1935)
Bela composição, Prof.! O Outono é uma estação bem inspiradora!
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